A indústria de hardware vive em constanto transição de tecnologias, principalmente em CPUs e GPUs. Quanto às memórias RAM, a coisa anda a passos mais lentos. Neste exato momento, vivemos o fim da era DDR4 e, por isso, entre outros motivos, os preços desse tipo de tecnologia começaram a subir. Além disso, DDR5 ainda não barateou o suficiente para atrair os usuários. O que fazer então?
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O mercado de usados pode ser uma saída para quem quer comprar memória RAM e economizar, independentemente da geração. Os preços mais baixos são um atrativo interessante, mas é preciso tomar alguns cuidados em relação à compra e o Canaltech lista os principais deles aqui.
1. Compatibilidade é a chave de tudo
Esse é, sem dúvida, o passo mais importante. Diferente de um SSD, a memória RAM precisa “conversar” perfeitamente com sua placa-mãe e processador. Por isso, antes de tudo, precisamos lidar com a compatibilidade. Verifique estes três pontos essenciais:
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- Tipo de memória (DDR): sua placa-mãe só aceitará um tipo específico: DDR3, DDR4 ou DDR5. Comprar a geração errada significa que o módulo sequer encaixará no slot, e como estamos falando do mercado de usados, a devolução pode não ser uma realidade.
- Velocidade e suporte: confira no site da fabricante da sua placa-mãe qual a velocidade máxima de RAM suportada. Não adianta comprar um kit de 4000 MHz (ou MT/s) se sua placa só vai até 3200 MHz, por exemplo. Você estará pagando por um desempenho que não vai usar.
- Combinação de módulos: evite misturar memórias de marcas, velocidades ou latências diferentes. Na melhor das hipóteses, todos os módulos rodarão na velocidade do mais lento. Na pior, você enfrentará instabilidade e as temidas telas azuis. Dê sempre preferência pela compra de um kit completo de uma única marca.

Além disso, se você não tem experiência no assunto, tome cuidado para não acabar comprando um módulo de memóra RAM para notebook achando que é para PC de mesa, ou vice-versa.
2. Relação entre preço e desempenho
O mercado de usados não tem tabela de preço. É comum ver kits de memória DDR4 topo de linha de alguns anos atrás com preços similares a kits DDR5 de entrada. Pesquise bastante e compare o desempenho. Um kit DDR4 32 GB 3600 MHz CL16 usado pode parecer tentador, mas se um kit DDR5 16 GB 5200MHz novo custa quase a mesma coisa, a opção mais recente pode oferecer mais longevidade e performance em plataformas compatíveis.
Fique de olho em reviews e comparativos, observe o desempenho de diferentes criadores de conteúdo para ter uma ideia da média e se embasar para sua escolha. A economia só vale a pena se o desempenho entregue for condizente com o valor pago e com a sua necessidade.

3. Verificação do estado físico
Memórias RAM são componentes delicados. Se a negociação for presencial, inspecione os módulos cuidadosamente. Em compras online, peça fotos detalhadas ao vendedor. Procure por:
- Contatos dourados: verifique se não há arranhões profundos, oxidação ou danos nos pinos de contato que se conectam à placa-mãe.
- PCB (placa do módulo de memória): olhe contra a luz e procure por qualquer sinal de rachadura, por menor que seja, ou componentes eletrônicos (como capacitores) que pareçam estufados ou faltando.
- Dissipador de calor: se o módulo tiver um dissipador, veja se ele não está solto ou danificado. Um dissipador frouxo pode indicar manuseio incorreto, e dependendo do nível de desempenho do módulo, pode acabar super aquecendo e possível instabilidade no sistema.
4. Cuidado onde compra
Assim como recomendamos para processadores e placas de vídeo, a regra de ouro é comprar em plataformas que oferecem proteção ao comprador, como o Mercado Livre e a OLX. O prazo de 7 dias para devolução é seu melhor amigo. Busque primeiro por vendedores que já tenham um histórico positivo de vendas; se você tiver algum conhecido que já comprou com essa determinada pessoa, melhor ainda.
Todo esse cuidado nunca é demais. Existem inúmeros casos de pessoas que compraram algo, mas receberam outra coisa. É comum vermos placas de vídeo sem GPU e módulos de memória e algo do tipo pode acabar acontecen com RAM também. Por isso, se possível, peça por um vídeo mostrando tudo funcionando, embora isso não seja a garantia de que o mesmo produto será entregue a você. Todo cuida é pouco.

5. Teste sua memória logo que comprar
Realizou a compra, já está com a memória em mãos? Agora é hora de verificar suas especificações, integridade e desempenho. Com os módulos devidamente instalados no PC, baixe o CPU-Z para verificar especificações como frequência, timings e a capacidade. Compare com o site oficial da fabricante e veja se todas as informações batem. Caso tudo esteja ok nesse sentido, avançamos para o teste.
Você pode usar o próprio Windows ou, para um teste mais profundo, o programa MemTest86 (é preciso criar um pendrive bootável para usá-lo). Deixe o teste rodar por algumas horas. Se qualquer erro for reportado, é um sinal claro de que a memória está com problemas. Um módulo defeituoso é causa frequente de travamentos aleatórios e corrupção de dados, além da famosa tela azul do Windows, ou mesmo a incapacidade do POST (verificação da integridade dos componentes durante o boot) avançar.
Conclusão
Comprar memória RAM usada é, sim, uma excelente forma de economizar na montagem do seu PC, permitindo que você invista em mais capacidade ou velocidade do que seu orçamento permitiria com peças novas. Seguindo esses cuidados, você minimiza os riscos e garante que está fazendo um ótimo negócio, adquirindo um componente funcional e perfeito para suas tarefas e jogos.
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