O JRPG e o RPG ocidental podem estar dentro do mesmo gênero, mas possuem individualidades que os tornam bem diferentes um do outro. Não é incomum vermos fãs de um e não do outro, com cada experiência nutrindo a sua própria base de jogadores.
Porém, de bater o olho, você sabe dizer qual é qual? Caso não, hoje o Canaltech vai te ajudar a compreender todos os elementos que cobrem esses gêneros tão similares, mas muito diferenciados.
Para entender melhor as diferenças entre o JRPG e o RPG ocidental, listamos 7 aspectos principais que você poderá notar dentro de cada gênero. Afinal de contas, como diz Shakespeare, “há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia”.
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7. Estética
Uma das principais diferenças entre o RPG ocidental e o JRPG é em sua estética. Enquanto os WRPGs buscam trazer personagens e cenários realistas, com um tom mais sombrio, os JRPGs acabam apresentando algo mais próximo ao visto em animes e mangás.
Recentemente, alguns RPGs japoneses têm migrado para o realismo na busca por um apelo global. Franquias como Final Fantasy já migraram para este formato, mas continuam seguindo os seus padrões “clássicos” para não perder a identidade que seguiram até então.

6. Origem
Mesmo que “tudo seja RPG”, cada um dos gêneros seguiu um caminho diferente. Após sucessos como Wizardry e Ultima, o JRPG deu os seus primeiros passos para franquias como Final Fantasy e Dragon Quest — que estabeleceram padrões mantidos até hoje.
Porém, o RPG ocidental também puxa outra inspiração: Dungeons & Dragons. A partir disso, os jogadores têm uma liberdade maior e podem personalizar mais a sua experiência. Assim, passa uma cultura em que os fãs podem ter uma imersão maior ao se “inserirem” nos games.

5. Extensão dos diálogos
Ainda que não tenha uma “regra” propriamente dita, um ponto em que não dá para se debater é na quantidade massiva de diálogos que o JRPG “prende” o jogador. Com trechos expositivos, cutscenes e outros elementos, muitas vezes os jogadores só conseguem avançar depois de ver todo o bate-papo.
Isso não significa que um RPG ocidental não tenha longos diálogos ou algo assim, mas grande parte deles só ocorre por escolha do jogador — por ir até um personagem específico para acionar trechos do tipo. Neste aspecto, os fãs de WRPG estão menos presos a esta ferramenta dentro do roteiro.

4. Apresentação do cenário
Uma das grandes diferenças entre o JRPG e o RPG ocidental é a forma como o mundo do jogo é apresentado. No RPG japonês, o público vê cada cidade, trecho do mapa e caminho traçado pelo grupo de heróis integrando de algum modo a narrativa. Aqui, tudo é importante e amplia sua experiência.
Já nos WRPGs, nós somos apresentados a um grande sandbox. Você tem os lugares que tem de ir, mas existem diversos lugares que estão espalhados e apenas esperando a sua descoberta. Aqui você decide para onde ir e o que fazer em cada lugar.

3. Progressão da trama
Talvez uma das diferenças mais notáveis, a forma como a história é contada nestes gêneros “denuncia” a identidade de cada um. O RPG ocidental geralmente é centrado nas decisões do jogador e as consequências de seus atos. Você tem liberdade e, geralmente, seguirá para finais distintos na trama.
O JRPG muitas vezes implica uma jornada épica, cujo todo o universo dependerá de sua ação heroica. Mesmo com um mundo aberto, você tem uma trama mais linear e normalmente seguirá uma estrutura que começa com “resgate um gato” e terminará com “mate uma divindade caótica”.

2. Personagens principais
Os personagens também são um grande alerta para quem deseja seguir com um JRPG ou RPG ocidental. A principal diferença está na estrutura que cada um segue para a sua narrativa: o RPG japonês, por exemplo, sempre traz um grupo de heróis pré-definidos que se completa, fala muito sobre amizade, união e todos se apoiam caso algo de errado aconteça.
Pela estrutura sandbox, os WRPGs não costumam trazer histórias em grandes grupos. Geralmente o jogador é um “lobo solitário” que está explorando o mundo do jogo, fazendo o papel do jogador dentro de suas estruturas. Assim, poderá fazer escolhas, sofrer consequências e passar pelo que vier sem comprometer as histórias que ocorrem em paralelo.

1. Combate
A diferença mais gritante entre o JRPG e o WRPG é na forma como o combate se apresenta. No sistema japonês, é gritante a presença de confrontos em turnos ou utilizando o sistema de Active Time Battle (ATB) — que exige um timing para cada uma das ações que executa.
No RPG ocidental, temos de forma majoritária os combates em tempo real, que mais se assemelham aos jogos de ação. Isso não quer dizer que eles estejam presos a isto (tanto que Final Fantasy 15 e 16 se expressam desse modo), mas é um elemento que se faz presente em 99% das experiências para cada um.

Distância entre os RPGs
Essa divisão “territorial” entre os JRPGs e os RPGs ocidentais é uma barreira que está sendo reduzida aos poucos. Enquanto vemos estúdios japoneses adotando elementos americanos e europeus (como a Square Enix, FromSoftware e outros), também temos estúdios deste lado do planeta mantendo a tradição vista nos jogos nipônicos.
Dito isso, não deve demorar muito para vermos uma mistura ainda maior e, quem sabe, mais similaridades do que diferenças entre os gêneros. Ainda assim, entre as principais distinções de cada, vemos hoje:
- Combate do JRPG e do RPG ocidental
- Personagens principais
- Progressão da trama
- Apresentação do cenário
- Extensão dos diálogos
- Suas raízes
- Questões estéticas
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