
Resumo
O serviço de inteligência da Dinamarca atribuiu à Rússia uma série de ataques cibernéticos contra infraestrutura do país. O anúncio veio nessa quinta-feira (18/12), quando o DDIS (Serviço de Inteligência de Defesa Dinamarquês) divulgou uma avaliação sobre incidentes ocorridos em 2024 e 2025.
Segundo o DDIS, os dois grupos atuam em nome do Estado russo. No caso, o Z-Pentest teria sido responsável pelo ataque a um serviço de água em 2024 enquanto o NoName057(16) teria conduzido ataques de negação de serviço (DDoS) antes das eleições municipais dinamarquesas, realizadas em novembro.
A agência classificou os ataques como parte de uma campanha híbrida russa contra nações ocidentais. O objetivo seria gerar insegurança em países que apoiam a Ucrânia, de acordo com o documento oficial.
Como foram os ataques?
O ataque ao serviço de água teve objetivo de destruir o sistema, embora o DDIS não tenha detalhado a extensão dos danos. Já no caso dos ataques DDoS, o grupo NoName057(16) sobrecarregou sites dinamarqueses, tirando-os do ar durante o período eleitoral.
O serviço de inteligência também afirmou que as eleições municipais foram usadas como plataforma para atrair atenção pública, um padrão observado em outras eleições recentes na Europa.
A Dinamarca apoia a Ucrânia desde a invasão russa de fevereiro de 2022, fornecendo equipamentos militares, treinamento e assistência financeira. O país também participa das sanções internacionais contra Moscou, o que seria a principal motivação para esses ataques.
Reação do governo dinamarquês
O ministro de defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, afirmou que os ataques são evidências de que a guerra híbrida mencionada pelo governo agora se concretiza no território europeu.
Em paralelo a isso, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador russo para esclarecimentos sobre os incidentes.
Alerta internacional sobre grupos pró-Rússia
Neste mês, a CISA emitiu um alerta conjunto com o FBI, NSA e outras 20 agências de segurança e inteligência de países como Austrália, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha.
O documento, atualizado no dia 18 de dezembro, alertou que grupos de hackers ativistas pró-Rússia realizam ataques oportunistas contra infraestrutura crítica global. Além dos grupos já citados pela Dinamarca, o alerta também menciona o CARR (Exército Cibernético da Rússia Renascido) e o Sector16.
Outros países escandinavos enfrentaram situações parecidas. Por exemplo, em agosto, hackers pró-Rússia abriram válvulas de uma barragem na Noruega após invadirem sistemas operacionais da estrutura.
Dinamarca culpa Rússia por ataques cibernéticos contra infraestrutura

