Diretor de “Eu, Robô” diz que IA torna mais fácil e barato tirar ideias do papel

Tecnologia

A inteligência artificial (IA) deve ser um facilitador para tirar do papel ideias relacionadas a produções cinematográficas. É o que afirma o cineasta australiano Alex Proyas, conhecido por dirigir filmes como Eu, Robô e O Corvo.

Segundo Proyas, o uso da IA pode não apenas facilitar o processo de produção, mas também reduzir os custos envolvidos no desenvolvimento de um filme. O diretor destaca que essas ferramentas se tornam especialmente importantes no contexto atual, em que os orçamentos para projetos cinematográficos estão cada vez menores.

“Precisamos reconstruir tudo do zero. Acredito que a IA pode nos ajudar nisso, porque, à medida que ela reduz o custo de produção — e a cada mês que passa diminui ainda mais — podemos fazer mais por menos e, com sorte, reter maior propriedade desses projetos”, afirmou Proyas ao The Guardian.


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Filme de Alex Proyas produzido com auxílio de IA

O próximo filme desenvolvido pela produtora de Alex Proyas — a Heretic Foundation — é R.U.R. e conta a história de uma mulher que busca emancipar robôs em uma fábrica isolada sob exploração capitalista.

Segundo o cineasta, o filme custa apenas uma fração dos US$ 100 milhões que seriam necessários em um estúdio tradicional. Isso é possível porque parte da produção pode ser feita diretamente no estúdio, graças a uma parceria da Heretic Foundation com a Dell.

Nesta colaboração, a empresa de tecnologia fornece computadores capazes de criar elementos visuais gerados por inteligência artificial no mesmo momento em que as cenas são gravadas. Com isso, o tempo de produção do design de ambientes pode ser reduzido de seis meses para apenas dois, segundo Proyas.

Gravação de filme
Parceria entre produtora de Alex Proyas permitira reduzir tempo de produção de filme graças a ferramentas de IA (Unsplash/Daan Geurts)

IA como “inteligência aumentada”

Em Eu, Robô, os humanoides ocupam muitos empregos em um futuro ambientado no ano de 2035, até que a situação sai do controle.

Questionado sobre sua preocupação com os avanços da IA na atualidade, Proyas afirmou acreditar que sempre haverá trabalho para quem desenvolver habilidades paralelas às novas tecnologias.

Ele pontuou que uma equipe humana continuará essencial na produção cinematográfica, mas que a inteligência artificial permitirá que grupos menores façam o mesmo trabalho de forma mais eficiente e econômica.

“Gosto de pensar na IA, em vez de inteligência artificial, como ‘inteligência aumentada‘, porque ela nos permite simplificar, agilizar e tornar as coisas mais eficientes”, ressaltou o diretor.

O cineasta também destacou que busca aprimorar suas próprias habilidades como diretor para obter os melhores resultados a partir das interações com ferramentas de IA, referindo-se a elas como ‘colegas’.

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