É FALSA a afirmação de que o forno de micro-ondas altera a estrutura molecular dos alimentos e pode causar câncer. Essa confusão, muitas vezes, surge da associação equivocada entre esse tipo de radiação e a radiação ionizante, como a dos raios X ou de fontes nucleares.
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A radiação emitida pelos micro-ondas domésticos apenas provoca a agitação térmica das moléculas de água presentes nos alimentos, gerando calor e promovendo o aquecimento, sem causar alterações estruturais nas moléculas.
De acordo com o físico Claudio Furukawa, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), as micro-ondas são radiações menos energéticas do que os raios X, a radiação gama e até mesmo do que o UV-C — ultravioleta com comprimentos de onda mais curtos.
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“As micro-ondas são ondas eletromagnéticas não ionizantes, ou seja, são radiações que não possuem energia suficiente para ionizar ou ‘arrancar’ elétrons dos átomos ou das moléculas que compõem os alimentos”, ressalta o especialista.

Radiação não ionizante
Uma explicação mais aprofundada sobre a segurança do forno de micro-ondas começa pelo entendimento dos diferentes tipos de radiação no espectro eletromagnético. As micro-ondas estão na faixa de comprimento de onda entre 1 milímetro e 1 metro. No caso do eletrodoméstico usado na cozinha, esse comprimento tem cerca de 10 centímetros.
Já os raios X possuem comprimentos de onda muito menores, variando entre 0,01 nanômetro (nm) e 10 nm. Para se ter uma ideia, 1 nm equivale a 1 bilionésimo de metro, ou seja, 0,000000001 metros.
“Se considerarmos as radiações como fótons ou partículas de energia, quanto menor o comprimento de onda, maior a energia associada a esse fóton. Nesse caso, os raios X possuem fótons muito mais energéticos comparados com os gerados por um forno de micro-ondas”, explica Furukawa.
O físico acrescenta que, justamente por conta dessa alta energia, os raios X são classificados como radiações ionizantes — ou seja, têm capacidade de remover elétrons de átomos e moléculas, podendo causar alterações celulares.
As micro-ondas, por outro lado, não têm energia suficiente para provocar esse tipo de transformação molecular, muito menos mutações no DNA ou o desenvolvimento de câncer.
Atenção aos recipientes no micro-ondas

Embora não haja risco em aquecer alimentos no micro-ondas, Claudio Furukawa alerta que é fundamental tomar cuidado com os recipientes utilizados — especialmente no caso dos plásticos.
“A maioria dos plásticos e resinas acrílicas pode liberar substâncias consideradas cancerígenas quando aquecidas. Por isso, é sempre recomendável usar recipientes de vidro ou cerâmica para aquecer os alimentos no micro-ondas”, orienta o físico.
Portanto, esquentar a refeição no micro-ondas não altera as moléculas dos alimentos nem representa perigo direto à saúde. O cuidado deve estar apenas na escolha do recipiente, para evitar a liberação de compostos potencialmente nocivos.
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