Em visita de Alckmin, Conselho empresarial Brasil-Índia deve ampliar comércio, investimentos e inovação bilaterais

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Iniciativa da CNI e FICCI será lançada durante visita oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin a Nova Délhi, em 16 de outubro

Da Redação (*)

Brasília –  Fortalecer a cooperação bilateral entre os setores privados do Brasil e da Índia —que registraram expansão expressiva no intercâmbio comercial nos últimos cinco anos—, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federation of Indian Chambers of Commerce and Industry (FICCI) vão lançar o Fórum Empresarial de Líderes Brasil-Índia, mecanismo de cooperação empresarial voltado a promover o comércio, os investimentos e a inovação entre os dois países.

A iniciativa será oficializada durante o Diálogo Empresarial Brasil–Índia, nos dias 16 e 17 de outubro, em Nova Délhi, por ocasião da visita oficial do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Por meio do mecanismo, serão elaboradas recomendações conjuntas aos governos dos dois países, com o intuito de fortalecer o comércio bilateral, estimular o fluxo de investimentos e impulsionar parcerias em tecnologia, inovação e capacitação.

O Fórum segue o formato de conselhos empresariais mantidos pela CNI com parceiros estratégicos como Estados Unidos, Japão e México, que têm se mostrado fundamentais na aproximação entre empresas e governos.

Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a criação do grupo consolida uma agenda de cooperação de longo prazo entre as duas maiores economias do Hemisfério Sul.

“Brasil e Índia compartilham objetivos e desafios semelhantes, e o setor privado tem um papel essencial para transformar essa relação estratégica em resultados concretos. O novo mecanismo empresarial será um canal permanente de diálogo e cooperação, capaz de gerar propostas pragmáticas, identificar oportunidades de investimento e ampliar a inserção das nossas indústrias em cadeias globais de valor”, afirma Alban.

A expectativa é que o novo mecanismo contribua para ampliar projetos em áreas como biocombustíveis, hidrogênio verde, energias renováveis e inovação tecnológica, além de modernizar acordos já existentes, como o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e o Acordo para Evitar a Dupla Tributação.

Relação bilateral ganha importância e comércio ultrapassou US$ 11 bilhões 

Atualmente, o comércio bilateral entre Brasil e Índia soma US$ 11,7 bilhões, e os investimentos indianos no Brasil alcançaram US$ 2,9 bilhões em 2023. Em relação à balança comercial, dados de 2024 indicam que a Índia foi o 13º destino das exportações brasileiras, com US$ 5,3 bilhões, o que representa crescimento de 12,5% em relação a 2023. No mesmo período, o Brasil importou US$ 6,8 bilhões em produtos indianos, registrando leve queda de 0,3%.

Nos últimos cinco anos (2019–2024), houve uma expansão expressiva do intercâmbio comercial: as exportações brasileiras para a Índia cresceram de US$ 2,78 bilhões para US$ 5,3 bilhões, atingindo um pico de US$ 6,34 bilhões em 2022.

As importações seguiram trajetória semelhante, subindo de US$ 4,7 bilhões em 2019 para US$ 6,8 bilhões em 2024, com máximo de US$ 9,6 bilhões também em 2022.

Esse movimento de aceleração até 2022, seguido de ajuste em 2023 e estabilização em 2024, reflete a normalização dos preços internacionais e a manutenção da demanda por insumos e manufaturados indianos, ao mesmo tempo em que se recompõe a demanda da Índia por exportações brasileiras.

Programação inclui prospecção de negócios e visitas técnicas 

O Diálogo Empresarial Brasil–Índia, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a CNI e a FICCI, reunirá autoridades governamentais e líderes empresariais para debater setores estratégicos e novas oportunidades de integração econômica.

A programação inclui seminários, reuniões bilaterais e visitas técnicas, que oferecerão às empresas brasileiras oportunidades de networking, prospecção de negócios e parcerias tecnológicas. No evento, a CNI será representada pelo superintendente de Relações Internacionais, Frederico Lamego.

Segundo Alban, o fortalecimento das relações com a Índia é parte da estratégia da CNI de diversificar mercados e ampliar a presença da indústria brasileira na Ásia, especialmente em um momento de reordenação das cadeias globais de valor.

“Nosso foco é garantir que o Brasil esteja entre os protagonistas da nova geografia econômica mundial. A cooperação com a Índia é estratégica para impulsionar inovação, sustentabilidade e competitividade — três pilares essenciais para o futuro da indústria brasileira”, reforça o presidente da CNI.

(*) Com informações da CNI

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