Nariz entupido, dor facial e outros problemas relacionados à sinusite no espaço têm se tornado cada vez mais foco de estudo entre cientistas. Pesquisadores descobriram que a microgravidade influencia diretamente esse desconforto sentido durante as missões espaciais.
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Um estudo conduzido por cientistas do Departamento de Otorrinolaringologia – Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Metodista de Houston analisou 754 registros médicos de 71 tripulantes que viajaram para a Estação Espacial Internacional (ISS).
As análises mostraram que 85% desses viajantes espaciais relataram pelo menos um problema nasal ou sinusal durante a expedição. Além disso, 75% relataram congestão nasal.
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Segundo o Dr. Masayoshi Takashima, principal autor do estudo, é comum que tripulantes apresentem nariz entupido no espaço porque, em condições de microgravidade, sangue, muco e outros fluidos se acumulam na cabeça, gerando congestão.
Piora da condição durante as caminhadas espaciais
Os pesquisadores destacam que o desconforto aumenta durante as caminhadas espaciais. As mudanças de pressão ao sair das cabines podem intensificar problemas como a congestão nasal.
Outros efeitos observados incluem o barotrauma — lesões nos ouvidos ou seios nasais causadas por mudanças de pressão — e a disfunção da tuba auditiva — que pode causar dor de ouvido, sensação de ouvido abafado e desconforto no estômago.
“Os tripulantes do espaço estão normalmente entre os indivíduos mais aptos do planeta, mas este estudo mostra que mesmo eles apresentam queixas nasossinusais significativas. Imagine o que acontece quando civis com condições preexistentes começarem a viajar para o espaço”, ressaltou Takashima em comunicado.

O pesquisador acrescentou que medidas preventivas, como avaliação das condições nasais e sinusais e pequenos procedimentos para melhorar a respiração, podem ser necessárias para proteger a saúde em futuras expedições espaciais.
“Trata-se de manter o desempenho máximo. Se você não dorme bem por não conseguir respirar, sua função cognitiva, tempo de reação e desempenho na missão podem ser comprometidos — fatores absolutamente críticos no espaço”, destacou o chefe do Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital Metodista de Houston.
Confira o estudo na íntegra no Laryngoscope Investigative Otolaryngology.
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