eSIM é mais seguro em casos de roubos de celulares? Veja as diferenças

Tecnologia

A tecnologia eSIM tem chegado a cada vez mais celulares no Brasil e no mundo, já que representa um nível a mais de comodidade ao dispensar a necessidade de um chip físico. No entanto, algumas pessoas podem se preocupar em relação aos níveis de segurança desse método, visto que diversos tipos de dados sensíveis estão em jogo. 

No entanto, o eSIM é, sim, considerado mais seguro que a tecnologia de chip físico. 

Isso ocorre principalmente devido à natureza integrada ao hardware, em que os componentes são soldados à placa-mãe do celular. Portanto, essa característica impede a remoção física em caso de perda ou roubo do smartphone, e posterior troca do chip para outro aparelho que acessaria contas bancárias ou interceptaria mensagens SMS.


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Além disso, a clonagem de eSIMs é uma ação descrita como “extremamente rara e muito mais difícil”, em comparação aos modelos físicos. 

Em geral, sua ativação depende de provisionamento remoto criptografado, o que torna a duplicação impraticável sem acesso aos sistemas da operadora. 

Ao mesmo tempo, a tecnologia ainda permite a gestão remota para o bloqueio ágil da rede. Ela ainda oferece maior durabilidade, pois a ausência de manuseio elimina o desgaste do cartão ou da bandeja.

Cuidados com o eSIM

Apesar das melhorias implementadas, o eSIM também traz algumas vulnerabilidades. Afinal, ainda se mostra possível a ação de golpes de phishing, em que criminosos fingem ser entidades confiáveis ao enviar mensagens ou e-mails com links falsos para uma suposta ativação ou atualização do serviço.

Ao clicar no endereço e fornecer dados ou escanear um código QR malicioso, o número pode ser transferido para o dispositivo do golpista. Com a linha em posse de terceiros, torna-se possível interceptar senhas para drenar contas bancárias e acessar redes sociais, por exemplo.

Além disso, existe ainda a prática conhecida como SIM Swapping, ou troca de SIM, que ocorre quando criminosos se passam pela vítima perante a operadora para transferir o número para um novo dispositivo. 

Embora o eSIM exija verificação digital, a rapidez do processo de ativação pode ser explorada caso as barreiras de segurança da operadora sejam baixas. Por esse motivo, alguns usuários ainda consideram o SIM físico mais seguro neste aspecto, uma vez que a troca muitas vezes exige a presença física na loja.

Tecnologia de eSIM substitui o chip físico (Imagem: Reprodução/MobilezGuru)

Para mitigar os riscos associados a essas tecnologias, especialistas sugerem a adoção de protocolos como: 

  • Não clique em links: desconfie de mensagens não solicitadas pedindo ativação de eSIM ou dados pessoais. Entre em contato diretamente com a operadora pelos canais oficiais;
  • Autenticação Forte: utilize senhas fortes e PINs para proteger a conta da sua operadora móvel;
  • Autenticação de Dois Fatores (2FA): Sempre que possível, use aplicativos autenticadores (como Google Authenticator ou Authy) em vez de SMS para 2FA, pois o SMS fica vulnerável em caso de troca de SIM;
  • Proteção do Dispositivo: mantenha o software atualizado e use bloqueios biométricos (reconhecimento facial, impressão digital) para impedir que ladrões acessem o aparelho e as configurações do eSIM.

eSIM permite usar múltiplos números em um mesmo celular?

Sim, é possível usar mais de um número no mesmo celular com o eSIM. 

Essa prática é relativamente comum, já que permite a separação entre a vida pessoal e profissional, ou mesmo a utilização de planos de dados locais em viagens internacionais. 

Dependendo do modelo de celular, o funcionamento ocorre através da combinação de um cartão nano-SIM físico com um eSIM. Entretanto, também é possível aproveitar eSIMs simultâneos em modelos mais recentes.

Também costuma estar disponível o armazenamento de diversos perfis de eSIM no aparelho, embora geralmente apenas dois permaneçam ativos ao mesmo tempo. 

A tecnologia utilizada, chamada Dual SIM Dual Standby (DSDS), possibilita que ambos os chips recebam chamadas, mas impõe limitações de uso simultâneo.

Se uma linha estiver em uso durante uma ligação, por exemplo, a outra ficará temporariamente indisponível e direcionará novas chamadas para o correio de voz. 

Além disso, não há como usar dados móveis de ambas as linhas ao mesmo tempo, exceto se a função de alternância de dados estiver ativada durante chamadas — neste caso, é possível usar uma rede para a ligação e outra para tarefas diversas no celular, como a navegação na internet. 

Os sistemas operacionais dos celulares oferecem recursos de gerenciamento que permitem nomear as linhas com etiquetas, como “Pessoal” ou “Trabalho”, por exemplo. Também há como definir um número padrão que será usado automaticamente para chamadas de voz, mensagens e serviços diversos.

No caso de aplicativos de mensagens como o WhatsApp, é possível manter duas contas diferentes no mesmo aparelho. O perfil secundário pode ser adicionado e configurado por meio do menu de ajustes do próprio aplicativo, com a confirmação sendo realizada via SMS para a conta correspondente.

É fácil trocar para o eSIM?

A troca de aparelho com a tecnologia eSIM é um processo geralmente simples. É garantido o direito à portabilidade para manter o número antigo ao mudar de operadora, desde que o serviço móvel existente não seja cancelado antes da conclusão da transferência.

As etapas variam conforme a empresa de telefonia, mas frequentemente é utilizado um código QR seguido de uma configuração rápida. Isso permite ativar o chip digital em qualquer smartphone compatível de forma ágil.

eSIM
Configurar eSIM é processo facilitado em celulares de diferentes marcas (Imagem: Reprodução/Android Police)

Para transferir o número entre celulares, existem opções específicas nos menus de configurações, diante das seguintes situações:

  • Converter SIM Físico para eSIM: é possível nos celulares que contam com a tecnologia eSIM. Basta acessar o menu de conexões, e encontrar a opção “Converter em eSIM”;
  • Transferir eSIM de outro smartphone: também é possível nos modelos com suporte para eSIM. Neste caso, a opção estará disponível no menu “transferir chip de outro celular”;
  • Também é possível configurar eSIM via QR code, o que é útil caso esse seja o método direcionado pela operadora;

Em todos os casos, a terminologia utilizada nos menus pode ser ligeiramente diferente, dependendo do sistema e da marca do celular. 

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