Especialistas querem proteger patrimônio lunar antes de danos irreversíveis

Tecnologia

É preciso proteger a história da Lua antes que seja tarde demais. Este é o posicionamento de diferentes grupos e indivíduos, que foi reforçado após a publicação da lista do Fundo Mundial de Monumentos (WMF) de patrimônios culturais em observação. Ali, nosso satélite natural aparece como um local histórico em risco

Jonathan Bell, vice-presidente de programas na instituição, descreve que a inclusão da Lua na lista reflete a crença da WMF, de que políticas proativas são essenciais para proteger a herança que a humanidade compartilha na Terra e fora dela.

“Assim como o Tratado da Antártida, que visa proteger locais históricos em ambientes extremos, acreditamos que políticas semelhantes podem e devem ser aplicadas ao legado cultural e científico da Lua, com os primeiros locais de pouso lunar como exemplos principais”, acrescentou Bell.


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Especialistas querem proteger os vestígios da exploração humana na Lua (NASA/Neil A. Armstrong)

Para Justin Holcomb, professor assistente da Universidade do Kansas, chegou a hora de declarar o chamado “Antropoceno Lunar”, ou seja, reconhecer que há uma pegada ambiental humana na Lua. “O consenso é que, na Terra, o Antropoceno começou em algum momento do passado, seja há centenas de milhares de anos ou na década de 1950. Da mesma forma, na Lua, argumentamos que o Antropoceno Lunar já começou“, disse Holcomb.

Já Michelle Hanlon, cofundadora e CEO da For All Moonkind, defensora da proteção dos locais históricos de pouso lunar, considera positivo que a quantidade de organizações e países apoiando a ideia vem crescendo.

Segundo ela, a instituição trabalhou com o senador Gary Peters para desenvolver a primeira lei dos Estados Unidos para o reconhecimento da presença da herança humana no espaço externo. Além disso, eles contribuíram para incluir nos Acordos Artemis uma parte dedicada à necessidade de proteção desta herança. 

“Acreditamos que todo material existente atualmente em superfícies extraterrestres é patrimônio espacial e digno de proteção”, disse Holcomb. Segundo ele, as primeiras pegadas na Lua deixadas em 1969, bem como o local de pouso da missão Viking 1, em Marte, “representam a pegada material de uma longa história de migração”, concluiu.  

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