Esta é a história mais triste do Universo Marvel

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Nem todos os dias estamos naquele alto-astral para ver comédias pastelão com piadas de quinta série sobre flatulências e genitálias. A verdade é que precisamos de uma história deprê de vez em quando para suarmos pelos olhos e liberarmos energia acumulada. E nada melhor do que aquelas histórias tristes com romances impossíveis. A Marvel Comics tem uma perfeita para isso.

Entre heróis icônicos e dramas épicos, poucas narrativas na Marvel emocionam tanto quanto a do Surfista Prateado, também conhecido como Norrin Radd. Criado por Stan Lee e Jack Kirby, o então misterioso antagônico arauto de Galactus fez sua estreia em Fantastic Four #48, em 1966.

Sua trajetória já começa aos prantos, com Radd sacrificando seu lar em Zenn-La para proteger seu planeta e se tornar arauto do Devorador de Mundos — apenas a introdução de sua angústia.


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Em seguida, tocado pelos sentimentos dos seres humanos, que são muito parecidos com os seus, o Surfista Prateado trai Galactus e, como punição, fica preso na Terra.

Imagem: Reprodução/Marvel Comics

Sua jornada neste período, nos anos 1970, ecoava de forma tão poética nas crises existenciais de muitos jovens artistas que o personagem até mesmo foi citado por vários criadores — inclusive o guitarrista Joe Satriani, com o álbum Surfing with the Alien, com uma capa alusiva direta ao herói cósmico.

Músicas tristes para garotas felizes

Bem, se você acha que a vida de Radd melhorou depois disso, então, nunca leu um gibi do surfistinha cósmico. Suas crises só “pioraram”, em edições especiais em que ele se torna cada vez mais poderoso, porém, ainda mais distante da humanidade — um sacrifício para salvar nossa própria realidade.

Suas tramas seguem um delicioso sabor agridoce, como as melhores canções miseráveis do rock, no melhor clima “músicas tristes para garotas felizes”. E dá até para cravar que sua jornada o trouxe até a história mais baixo-astral da Marvel. 

Imagem: Reprodução/Marvel Comics

Esse drama aconteceu no oitavo volume de sua revista mensal, em Silver Surfer #3, de 2017, com Dawn Greenwood, uma jovem da Terra que morava em Massachusetts e foi sequestrada por alienígenas

O Surfista Prateado a resgata e entre ambos nasce um romance: ela recebe um pouco do Poder Cósmico para acompanhá-lo em aventuras intergalácticas — e o que poderia ser apenas uma jornada interestelar vira uma comovente história de amor profunda. 

A narrativa emocional cresce quando Dawn decide visitar sua família e, com o desejo da amada, o Surfista Prateado usa seus poderes para voltar no tempo… Mas algo dá errado, e o casal acaba transportado para um universo anterior ao próprio Big Bang.

Lá, vivem juntos, envelhecendo um ao lado do outro — só que Radd, sendo imortal, permanece inalterado, enquanto Dawn envelhece naturalmente. Quando ela finalmente morre, ele transforma seu corpo em pura energia e dispara essa luz no momento da criação do universo Marvel, fazendo de Dawn a primeira luz daquele cosmos.

E a beleza desse amor e dessa felicidade mergulhada em tragédia marca o que podemos chamar de “a história mais triste da Marvel”: o Surfista teve momentos de imensa alegria, que, no final, tornaram-se mais dolorosos no fim, embora com grande beleza e destaque para o sacrifício do herói e sua homenagem à amada, em um dos momentos mais bonitos e doídos do universo da Casa das Ideias.

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