O polêmico ex-líder dos estúdios globais da PlayStation, Shawn Layden, afirma que a indústria gaming só consegue manter os preços dos jogos através de microtransações e DLCs.
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Para o executivo, esse tipo de conteúdo extra aliado a passes de batalha e temporada compensam os estúdios do dinheiro que não entra através da venda dos jogos propriamente ditos.
Em entrevista ao gamesindustry.biz publicada na quarta-feira (13), Layden afirma que as produtoras e grandes estúdios se contentaram em crescer sem obter lucros. Porém, agora que os custos se tornaram maiores, eles precisam recuperar o dinheiro.
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Para o ex-chefão da PlayStation, o aumento nos custos sem um retorno pode resultar em inúmeros problemas financeiros. Isso quer dizer que a cada unidade vendida de jogo, eles gastam mais do que geram receita.
“O custo da produção é simplesmente muito alto. Se vai gastar mais de US$ 200 milhões para desenvolver um jogo, suas margens são mínimas, a não ser que tenha expectativa de vender 25 milhões de unidades. E, a não ser que seja a Rockstar, não devia esperar vender 25 milhões de unidades”, afirma Layden.

Para Layden, é por isso que vimos o preço dos jogos estagnar nos últimos 20 anos — com uma ascensão maior de conteúdos como DLCs, microtransações, passes de temporada e outras formas de obter retorno. Essa estratégia traz um maior retorno financeiro para as produtoras.
Aumento no preço dos jogos
Com custos maiores, estúdios não têm mais opções que não sejam aumentar o preço dos seus jogos. Para o executivo, isso devia ter ocorrido gradualmente conforme avançamos entre as gerações, mas não foi o que vimos.
“Penso que é porque estão todos com medo. Ninguém deseja ser o primeiro a aumentar o preço, há um grande temor em perder tráfego. Logo, o que acabam fazendo é reduzir a margem de lucro”, explica o executivo.
Essa questão virou um grande debate recentemente. Rumores apontaram que o preço de GTA 6 será mais elevado do que o padrão de US$ 70, o que causou uma grande comoção dentro da indústria gaming.
Por outro lado, a Nintendo seguiu este caminho com alguns títulos de Nintendo Switch 2. Mario Kart World, por exemplo, foi lançado por US$ 80. A Sony e a Microsoft também apresentaram aumento nos preços de jogos para o PlayStation e Xbox.
Enquanto isso, não paramos de ver DLCs, microtransações e expansões em diversas experiências — o que tem cansado em certo grau o público e gerado bastante controvérsia ao longo dos últimos anos.
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