Futuro da mobilidade no Brasil é 100% elétrico, diz professor da FEI

Tecnologia

O futuro da mobilidade no Brasil caminha para ser totalmente elétrico, apesar de o país ainda enfrentar desafios de infraestrutura e adaptação cultural. Essa é a visão do professor e engenheiro elétrico da FEI, Renato Giacomini, que em entrevista ao Podcast Canaltech debateu as projeções para o crescimento do mercado de veículos elétricos.

O mercado brasileiro de eletrificados vem apresentando crescimento significativo, influenciado principalmente pela vinda de montadoras chinesas. Esta nova oferta de veículos elétricos gerou um “degrau no consumo”, segundo Giacomini. O engenheiro da FEI projeta que, entre 2026 e 2027, um carro elétrico deve custar o mesmo que um carro a combustão interna.

Sobre a trajetória de longo prazo, o professor é enfático: o futuro da mobilidade “é 100% elétrico”. Ele vê os veículos híbridos como uma etapa transitória, não uma solução definitiva. O híbrido é um carro mais complexo, com mais componentes, o que implica em uma manutenção mais cara e não é percebido como uma “solução limpa de engenharia”, segundo ele.


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Infraestrutura de recarga ainda é um desafio

A eletrificação da frota depende diretamente do avanço tecnológico e da infraestrutura de recarga. A principal barreira hoje é a bateria, que representa cerca de “40% do custo do carro”. Atualmente, ela possui uma densidade de energia menor em comparação com o tanque de gasolina e ainda é muito cara. O desenvolvimento não se concentra apenas nos motores, mas na evolução da eletrônica e da computação.

Quanto à infraestrutura, o ideal para o carro elétrico é a mudança de cultura de recarga, com o motorista carregando o veículo em casa, segundo o professor. Para quem mora em casa, a instalação é simples, mas em apartamentos e condomínios, a implantação de wallboxes pode ser mais complicada, exigindo, por vezes, interferência no fornecimento da concessionária.

A transição para veículos elétricos deve ocorrer de forma gradual, com impacto na indústria automotiva nacional. Há uma transformação na mão de obra e na formação profissional, visto que um engenheiro “não pode se formar só o engenheiro mecânico pensando só no motor, a combustão interna”, afirma Giacomini. A concorrência trazida pelas novas fabricantes chinesas é considerada um fator positivo para o mercado.

Para entender em detalhes como o Brasil pode se tornar um país de carros elétricos, ouça o episódio completo do Podcast Canaltech. Siga nosso podcast nas suas plataformas de áudio favoritas.

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