
Imagine a cena: você finalmente investe naquele kit de memória RAM DDR5 topo de linha caro, ainda mais agora com a crise desse componente, para turbinar o seu PC. A caixa chega lacrada, bonita, tudo certinho por fora. A expectativa está no teto. Mas, ao abrir, o plot twist: eram memórias de décadas passadas disfarçadas de novas.
-
DDR6 x DDR5: o que muda na nova geração de memória RAM?
- Como saber se a memória RAM é compatível com a placa-mãe e com o processador?
Foi exatamente o que aconteceu recentemente, conforme relatado por um leitor do VideoCardz. Um consumidor comprou quatro kits ADATA XPG Caster 32 GB DDR5-6000 CL40 RAM (que no Brasil passa de R$ 1.000), mas encontrou dentro da embalagem pentes de memória DDR2. Sim, você leu certo: uma tecnologia de mais de 20 anos atrás, que hoje serve mais como peça de museu do que hardware funcional.
DDR2 precisou de muito peso para se passar por DDR5
Mas a audácia não para por aí. Como as memórias DDR5 modernas possuem dissipadores de calor robustos e pesados, e os pentes de DDR2 são leves como uma pena, o golpista precisava enganar o tato da vítima (e possivelmente a balança da transportadora).
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–


A solução? Colar uma placa de metal bruta dentro da embalagem para simular o peso do produto original. E a cara de pau vai além: papéis com impressão do dissipador foram colados em cima da memória para enganar o comprador. É aquele velho ditado: “o golpe tá aí, cai quem quer” — ou, nesse caso, cai quem confia cegamente em caixas lacradas.
Infelizmente, esse caso nos lembra de uma triste realidade do mercado: sempre que há alta demanda, preços elevados ou crises de abastecimento, a criatividade dos mal-intencionados trabalha hora extra. Se aproveitando do alto fluxo de devoluções em grandes varejistas (que muitas vezes não verificam o produto retornado antes de recolocá-lo à venda como “novo”), golpistas trocam o hardware valioso por lixo eletrônico, selam a caixa novamente e embolsam a diferença.
A ADATA, dona da marca XPG, respondeu à reportagem do Videocardz dizendo que está “comprometida em garantir a mais alta qualidade e segurança” de seus produtos, e aconselha os usuários a sempre comprarem de “parceiros e distribuidores autorizados oficiais”.
Mesmo que isso tenha acontecido na Europa, é bom ficar esperto. Para o consumidor honesto, fica o alerta e a lição: no mundo do hardware, nem tudo que reluz (ou que pesa) é ouro. Às vezes, é só ferro velho mesmo.
Veja mais do CTUP:
-
O pesadelo voltou: notebooks devem vir com apenas 8 GB de RAM em 2026
-
NVIDIA deve cortar produção da RTX 50 em 40% devido à crise de memórias
- Samsung nega rumor sobre fim da produção de SSDs em prol de memória RAM
Leia a matéria no Canaltech.

