
A Comissão Europeia anunciou nesta segunda-feira (8) a abertura de uma investigação formal antitruste contra o Google. O foco do processo é apurar se a empresa violou regras de concorrência ao utilizar conteúdo de editoras de sites e vídeos do YouTube para treinar seus modelos de inteligência artificial (IA).
A principal suspeita do órgão executivo da União Europeia é que o Google abusa de sua posição dominante no mercado de buscas.
A empresa estaria, supostamente, impondo condições injustas a criadores de conteúdo e editores, usando seus materiais para alimentar ferramentas como o “AI Overviews” (os resumos gerados por IA que aparecem no topo das buscas) e o “AI Mode”.
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Caso seja considerado culpado ao final do processo, o Google pode enfrentar uma multa de até 10% de sua receita anual global.
Dilema
A investigação aponta para uma “encruzilhada” forçada pelo Google. Segundo a Comissão, a empresa pode não estar compensando adequadamente os editores pelo uso de seus textos.
Há também a acusação mais grave de que os sites não teriam a opção de recusar esse uso (o “opt-out”) sem sofrerem penalidades severas, como a perda de visibilidade na Busca do Google — o que, para muitos veículos, significaria uma queda drástica de tráfego e receita.
No caso do YouTube, a situação envolve os criadores de vídeo. A Comissão investiga se o Google obriga os youtubers a cederem permissão para que seus vídeos sejam usados no treinamento de IA como condição para poderem fazer o upload de conteúdo na plataforma.
A investigação apura também se o Google bloqueia o acesso desses dados a desenvolvedores de modelos de IA rivais, criando uma vantagem competitiva desleal para si mesmo.
O que diz o Google
Em resposta, o Google rejeitou as acusações. Um porta-voz da empresa afirmou que a queixa, originada por grupos de editores independentes, “arrisca sufocar a inovação em um mercado que é mais competitivo do que nunca”.
A empresa defende que continuará trabalhando com a indústria criativa e de notícias durante a transição para a era da IA.
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