Governo Trump quer comprar parte da Intel

Tecnologia
Resumo
  • O governo dos EUA discute a possibilidade de se tornar acionista da Intel para acelerar a construção de fábricas.
  • O projeto da Intel em Ohio enfrenta atrasos, e um investimento pode garantir sua viabilidade financeira.
  • Após atrito com o CEO Lip-Bu Tan, Trump elogiou o executivo e mudou seu discurso sobre a empresa.

A relação entre a Casa Branca e a Intel voltou a ganhar força. Após a crise pública entre o presidente dos Estados Unidos e o CEO da empresa, Lip-Bu Tan, o governo americano agora discute a possibilidade de se tornar acionista de uma das maiores fabricantes de chips do mundo.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Intel usaria o potencial investimento, que não teve valor revelado, para acelerar o desenvolvimento do polo fabril da Intel em Ohio, um projeto que vem enfrentando atrasos. O mercado financeiro recebeu a notícia com otimismo, fazendo as ações da Intel dispararem.

A possível compra de uma participação na Intel ocorre uma semana depois de Trump, através de seu perfil na plataforma Truth Social, exigir a renúncia imediata de Lip-Bu Tan. O presidente acusa o executivo de ter “conflito de interesses” por supostas ligações com empresas de tecnologia da China.

Tan, por sua vez, adotou um tom conciliador e, após declarar fidelidade aos EUA em uma carta publicada no site da Intel, se reuniu com Trump na Casa Branca na última segunda-feira (11/08). Após o encontro, o presidente mudou o discurso, elogiou o CEO e disse que sua equipe se reuniria com o executivo para discutir o futuro.

EUA podem virar acionistas da Intel

A ideia de um investimento estatal partiu justamente dessas conversas entre Trump e Tan, de acordo com reportagem da Bloomberg. O objetivo principal seria garantir a viabilidade financeira do já atrasado complexo de fábricas da Intel em Ohio — projeto que a empresa já prometeu transformar no maior do mundo.

Procurada, a Casa Branca classificou tudo como especulação, afirmando que “discussões sobre acordos hipotéticos” não devem ser levadas em conta até um anúncio oficial. Já a Intel não quis comentar diretamente as negociações. Em nota, a empresa reforça seu comprometimento “em apoiar os esforços do presidente Trump para fortalecer a liderança tecnológica e de manufatura dos EUA”.

Quanto a intervenção direta do governo no setor, nada de novo sob o Sol do governo Trump. Recentemente, administração anunciou um acordo para receber 15% das receitas da Nvidia e da AMD com a venda de chips de IA para a China — além, é claro, de um grande esforço para evitar o contrabando dessas tecnologias para o país asiático. Outro investimento, no mês passado, foi do Departamento de Defesa, que adquiriu uma participação de US$ 400 milhões na produtora de terras raras MP Materials.

Ações da Intel dispararam

A notícia sobre o possível investimento estatal teve um efeito imediato e positivo no mercado financeiro. As ações da Intel chegaram a subir 8,9% na quinta-feira e fecharam o dia com uma alta de 7,4%, a US$ 23,86. A valorização elevou o valor de mercado da companhia para mais de US$ 104 bilhões.

A Intel tem passado por um período de dificuldades financeiras, com perda de participação de mercado e de sua vantagem tecnológica, segundo a Bloomberg. A empresa vem realizando demissões como parte de um plano de corte de custos.

Com informações de Bloomberg e The Guardian

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