Quando o Quarteto Fantástico retornou do limbo, a Marvel Comics, que tinha realizado uma interessante despedida para o grupo em Guerras Secretas, aproveitou para fazer um soft reboot na equipe. A Casa das Ideias promoveu o antagonismo dos X-Men com a família arqueóloga do desconhecido. E isso pode ser uma dica de que essa dinâmica possa acontecer no cinema.
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Os X-Men e o Quarteto Fantástico passaram dificuldades nos quadrinhos durante o final dos anos 2000 e quase toda a década seguinte, principalmente por conta da inflexibilidade da Fox trabalhar com o Marvel Studios. Ordens de cima apagaram o brilho de ambos propositalmente, para não promover personagens que estavam fora do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês) e também para que os autores não criassem novas propriedades conectadas aos direitos autorais vendidos pela Casa das Ideias.
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O chefe da Marvel Entertainment na época, Isaac Perlmutter, baixou uma diretriz à Marvel Comics, de afastar as propriedades do primeiro plano e de ignorá-los em quaisquer campanha de marketing. Os X-Men sumiram dos games da Capcom produzidos nesse período, e nos gibis eles até ganharam uma nova doença, transmitida pela Névoa Terrígena dos Inumanos — o diretor queria substituir uma equipe pela outra como carro-chefe desse cantinho da editora.
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Os artistas da Marvel ficaram descontentes com essa decisão de Ike, e não desistiram de procurar saídas para boas histórias. Então, para aposentar temporariamente o Quarteto Fantástico, a editora usou as Guerras Secretas de 2015, em que vemos o grupo enfrentando o Doutor Destino, o rei de uma realidade criada pelo poder dos Beyonders. Em uma trama comparável a Game of Thrones, Reed Richards, Sue Richards e seus dois filhos, Franklin e Valeria Richards, permanecem no que sobrou do Multiverso para reconstruírem os mundos paralelos.
O retorno do Quarteto Fantástico durante a Era Krakoana dos X-Men
Como todos sabem, a Disney comprou a Fox em 2019, então os direitos cinematográficos dos X-Men e Quarteto Fantástico voltaram para a Marvel. Assim que o negócio foi fechado, a Casa das Ideias aproveitou para reformular ambas as equipes, que passavam quase duas décadas com poucas sagas de grande apelo.
Os X-Men tinham acabado de entrar na Era Krakoana, em que os mutantes se cansam de tentar conviver com humanos e se isolam na ilha viva Krakoa. Foi a primeira vez que vimos uma nação mutante com sua própria cultura e hábitos, idiomas, ciência, enfim, os Filhos do Átomo passaram a celebrar seus genes, até mesmo vencendo a morte com os novos Protocolos de Ressurreição.
O Quarteto Fantástico já não se misturava muito com os X-Men no passado. Em1987, ambos entraram em choque por conta de uma trama envolvendo Kitty Pride desaparecendo, devido a seus graves ferimentos no evento Massacre de Mutantes. E, quando retornou, Jonathan Hickman, escritor da última grande saga da primeira família de heróis, aproveitou que estava assinando a Era Krakoana para aprofundar essa dinâmica de oposição.
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Quando Ciclope vai levar o Dentes de Sabre para Krakoa, o Quarteto Fantástico diz que a fera está sob sua custódia e impede o líder dos X-Men de levá-lo para casa. Scott Summers provoca Reed e Sue Richards, dando as costas e dizendo para o filho deles, que é um mutante, procurá-lo quando estiver pronto — a irritação causada nos pais é visível.
Posteriormente, essa tretinha escalou para a trama mostrada no especial X-Men/Quarteto Fantástico: 4X, em que vemos Franklin Richards finalmente atendendo ao chamado da nação mutante, e fazendo uma visita ao Professor Xavier e seus pupilos. A trama agradou, e até trouxe uma espécie de “drama de tribunal”, como se fosse uma briga de custódia pelo filho, entre os X-Men e o Quarteto Fantástico.
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Vale lembrar que há um grande conflito de ideais também. Reed e Sue Richards questionam várias atitudes dos X-Men, como abrigar Magneto depois de ele ter assassinado centenas de pessoas em um sequestro submarino; os remédios inovadores que usam uma Ciência própria nos Protocolos de Ressurreição e na terraformação de Marte pelos mutantes; e os portais que começaram a aparecer em todo o mundo e que só os Filhos do Átomo podem utilizar.
Por que isso aconteceria nos cinemas?
O chefão da Marvel Entertainment, Kevin Feige, é bastante conectado com os chefes e editores da Marvel Comics. Ele sabe tudo o que está acontecendo nos quadrinhos, e tenta fazer um trabalho em conjunto com os criadores, para que as produções estejam sintonizadas com o material das séries de TV e filmes — ele com certeza já sabia o que viria por aí nas novas fases do Quarteto Fantástico e dos X-Men nos quadrinhos.
Ter os X-Men antagonizando com o Quarteto Fantástico faz todo o sentido nos cinemas. Os filmes podem valorizar o drama familiar, especialmente quando você contrapõe as pessoas que foram obrigadas a formar uma nova família, porque o mundo em que elas nasceram rejeitou-as; e a família perfeita, é a representação do que deu certo na nossa sociedade.
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Isso só pode funcionar direito nos cinemas se houver uma boa química entre todos os atores, assim como tem acontecido com os Vingadores, por exemplo. Então, a própria demora em termos de confirmações de diretores e elenco pode ser que seja Feige buscando não apenas os artistas ideais para o Quarteto Fantástico, mas também que combinem com os nomes do outro, dos X-Men — e vice-versa.
Introduzir os dois grupos, um interligado ao outro desde o começo, já quebra tudo o que foi feito até hoje com as duas franquias na Fox Films — ainda mais se Feige também introduzir o “bromance” entre o Homem-Aranha e o Tocha Humana. Percebam que é justamente isso que a Marvel Studios costuma fazer, entrelaçar as tramas para que seu Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês) seja o grande diferencial.
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