
Resumo
- Estudo da Universidade Stanford mostra queda de até 20% no emprego de jovens de 22 a 25 anos em setores com maior presença de IA.
- Profissionais mais experientes mantêm estabilidade ou crescimento, já que acumulam conhecimento prático que a tecnologia não reproduz.
- Apesar do avanço da automação, 95% dos projetos corporativos com IA não geram ganhos relevantes em receita ou eficiência, segundo o MIT.
Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, afirmam que, no país, o número de empregados com idades entre 22 e 25 anos, em áreas com maior presença de inteligência artificial, caiu 13% nos últimos três anos.
Os dados analisados vieram da empresa de processamento de salários ADP. Eles se referem a setores como desenvolvimento de software, tradução, contabilidade e atendimento ao público, em que parte das tarefas podem ser delegadas à IA.
Número de jovens em empresas diminuiu
Entre programadores, o número de empregados entre 22 e 25 anos caiu quase 20% desde o fim de 2022, quando o ChatGPT foi lançado. Enquanto isso, a taxa de emprego no intervalo entre 26 e 30 anos se manteve estável, e os grupos acima dessa idade apresentaram alta.
Os dados contam uma história parecida no setor de atendimento ao cliente, com uma queda grande nos empregados entre 22 e 25 anos e um declínio menor para o recorte entre 26 e 30 anos, enquanto as demais idades mostram estabilidade ou crescimento.
Funcionários experientes sabem truques que IA não conhece

Erik Brynjolfsson, economista e professor de Stanford, disse ao site Axios que as empresas podem estar substituindo recém-formados por IA porque ambos têm mais conhecimento teórico do que prático. Portanto, não há grande prejuízo ao automatizar uma tarefa que seria realizada por um profissional inexperiente.
“Trabalhadores mais experientes têm mais conhecimento tácito. Eles aprendem truques do ofício que geralmente não estão escritos em nenhum lugar”, explica Brynjolfsson. “A IA não consegue aprender coisas assim, pelo menos por enquanto.”
A situação cria uma espécie de paradoxo: se ninguém contrata jovens, quem terá experiência para assumir cargos mais altos no futuro, quando os atuais funcionários se aposentarem?
Quadro geral da IA é mais complexo
A troca de trabalhadores sem experiência por IA já vem sendo discutida há algum tempo, mas há quem discorde da ideia. Matt Garman, CEO da Amazon Web Services, diz que fazer isso é burrice.
“Na minha opinião, você tem que continuar contratando gente recém-saída da faculdade e ensinar como construir software do jeito certo, como decompor problemas, como pensar, da mesma maneira que nós sempre fizemos”, afirmou o executivo em um podcast.
Além disso, a própria viabilidade da IA parece estar em jogo. Um relatório do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) aponta que 95% dos projetos corporativos envolvendo a tecnologia não geram ganhos relevantes em receita ou eficiência.
Com informações da Bloomberg, do Axios e do Wall Street Journal
IA já tem impacto em taxa de emprego de jovens nos EUA, mostra pesquisa