IA precisa resolver problemas reais, e não ser a finalidade, diz CTO do Itaú

Tecnologia

A IA generativa vai além dos chatbots “tradicionais”, como ChatGPT, Gemini e mais, e já aparece integrada em apps de diversas finalidades. A tecnologia, porém, deve ser utilizada para solucionar problemas e, no caso dos bancos, simplificar o uso de serviços financeiros ao oferecer transferências por mensageiros e afins, observou o CTO do Itaú, Carlos Eduardo Mazzei.

A visão do líder de tecnologia da instituição financeira foi compartihada durante o evento “Desenvolvendo a Inteligência Itaú” na noite desta quarta-feira (3), em São Paulo (SP), com a presença do Canaltech.

A IA generativa abre novas oportunidades para entregar mais valor aos clientes e inovar na interação com as interfaces da empresa. Para exemplificar, o CTO destacou algumas soluções recentes que utilizam a tecnologia.


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Entre eles, o Pix pelo WhatsApp, recurso do Itaú que, através de modelos de linguagem (LLM, em inglês), interpreta mensagens para iniciar transferência. O banco ainda oferece assistentes para investimentos e para negócios, através de chatbots no aplicativo.

Em comum, as ferramentas utilizam uma série de etapas até alcançar o momento final. No caso das transferências pelo mensageiro da Meta, por exemplo, além da autenticação da conta, a plataforma ainda observa se há conteúdo nocivo a fim de proteger o usuário de golpes e outras ameaças. Somente após a sequência é que a transação será liberada.

O chatbot de investimentos inclui, ainda, uma curadoria além dos dados de pré-treino, consultando bases atualizadas. A ferramenta possui uma série de parâmetros para respeitar regulamentações, considerar o nível de risco do cliente, entre outros fatores.

Itaú Emps possui chatbot com IA para auxiliar empreendedores (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)
Itaú Emps possui chatbot com IA para auxiliar empreendedores (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)

Resolver problemas

“O principal ponto para nós é sobre conectar a tecnologia à necessidade do cliente para resolver um problema real”, afirmou. “Não é a tecnologia pela tecnologia, não é a IA pela IA. Na verdade, é como a gente resolve os problemas do dia a dia das pessoas.”

Diante desse propósito, o banco aposta em cinco pilares (método, tecnologia, dados e IA, design e produto) para inovar. Essas etapas passam pela experimentação, desenvolvimento de tecnologias, avaliação das necessidades dos clientes até a entrega de soluções.

“IA é sobre usar essas novas capacidades para gerar esses benefícios e atender as expectativas de tudo que está sendo criado. É melhorar a jornada, é produto de conveniência, é produto de assessoria, é tornar o ambiente financeiro mais acessível, mais diferente, enfim, mais simples de ser consumido“, pontua.

Mazzei destaca ainda que é preciso entender como a tecnologia funciona para entregar experiências agregadoras e seguras.

“Segurança é o critério o número um aqui”, disse o executivo em entrevista ao Canaltech. “Todos os dados utilizados em inteligência artificial estão contidos dentro do ambiente do banco. Esses dados em nenhum momento saem do ambiente do banco.”

Itaú adota arquitetura de IA com múltiplos inputs, raciocínio e mais em seus produtos (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)
Itaú adota arquitetura de IA com múltiplos inputs, raciocínio e mais em seus produtos (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)

Evolução das IAs

A IA generativa teve um “boom” em 2022 com a estreia do ChatGPT. Na ocasião, utilizava-se uma arquitetura “mais simples”, com a seguinte sequência: input (envio dos comandos), processamento via LLM e output (entrega do resultado).

O modelo, conforme explica Mazzei, recebeu melhorias, e agora lida não somente com múltiplas entradas (texto, áudio e dados), mas também considera memórias de curto e longo prazo, possui recursos de raciocínio, e mais.

Em paralelo à “nova” arquitetura, a empresa aposta em um modelo de arquitetura que conecta diferentes bases de dados sob governança centralizada. Assim, é possível utilizar essas informações em diversas frentes, a fim de entregar não apenas respostas contextualizadas, mas soluções personalizadas para cada cliente.

Essas camadas são processadas nos bastidores de aplicações de diversas frentes e empresas. No caso do Itaú, todo esse sistema aparece no Pix do WhatsApp e nos assistentes de investimento e negócios. Mas, para o cliente, tudo isso é entregue em uma experiência centralizada, dentro das plataformas da instituição financeira.

“Para o cliente, é um único ponto de entrada. Por trás, é um conjunto de sistemas que trabalham essa resposta”, afirma o CTO do Itaú.

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