Impacto ambiental da IA já rivaliza com grandes cidades, revela estudo

Tecnologia
Resumo
  • O uso global de IA em 2025 pode gerar emissões de até 80 milhões de toneladas de CO₂, comparáveis às de grandes metrópoles.
  • Data centers focados em IA podem dobrar o consumo elétrico global até 2030, com desigualdades regionais afetando o impacto.
  • Os dados são de um estudo do pesquisador Alex de Vries-Gao, fundador do Digiconomist, que afirma que o consumo de água pode atingir 765 bilhões de litros.

O avanço acelerado da inteligência artificial em 2025 trouxe ganhos de produtividade e novos serviços, mas também levantou alertas ambientais. Um novo estudo indica que o impacto do uso global de sistemas de IA no clima e nos recursos naturais já é comparável ao de grandes centros urbanos.

Os dados foram compilados pelo pesquisador holandês Alex de Vries-Gao, fundador da plataforma Digiconomist (que analisa o impacto das tendências digitais), a partir de relatórios divulgados pelas próprias empresas de tecnologia.

Segundo a pesquisa, o crescimento de chatbots e modelos generativos aumentou demais a demanda por energia e água. O estuda busca isolar os efeitos ambientais especificamente ligados à IA, e não apenas aos data centers de forma geral.

Emissões e consumo em números inéditos

Vries-Gao estima que a pegada de carbono da IA em 2025 pode chegar a até 80 milhões de toneladas de CO₂, um volume comparável às emissões anuais de cidades inteiras.

Além disso, o consumo de água associado ao funcionamento desses sistemas teria alcançado cerca de 765 bilhões de litros no ano. Esse número, segundo o estudo, supera toda a demanda global por água engarrafada, algo que nunca havia sido estimado de forma isolada para aplicações de inteligência artificial.

Ao The Guardian, ele afirmou que o custo ambiental disso “é bastante elevado”, e que a “sociedade está arcando com esses custos, não as empresas de tecnologia”.

Consumo elétrico deve dobrar

O estudo dialoga com projeções da Agência Internacional de Energia (IEA), que apontou que data centers focados em IA consomem tanta eletricidade quanto indústrias altamente intensivas em energia, como fundições de alumínio. A expectativa é que o consumo elétrico global desses centros mais que dobre até 2030.

O levantamento também destaca desigualdades regionais. Estados Unidos, China e Europa concentram a maior parte do consumo energético de data centers, enquanto países como a Índia enfrentam riscos adicionais, como o uso crescente de geradores a diesel para garantir fornecimento estável.

O desafio, segundo o estudo, é equilibrar a expansão da IA com metas climáticas cada vez mais pressionadas por limitações estruturais e ambientais.

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