Dá para acreditar que ainda existe internet discada em pleno 2025? O provedor norte-americano AOL anunciou que vai encerrar o serviço de dial-up em 30 de setembro deste ano e surpreendeu o mundo ao evidenciar que milhares de pessoas ainda usam a tecnologia nos EUA.
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Segundo estimativas do governo norte-americano, menos de 300 mil pessoas no país dependem exclusivamente da conexão via linha telefônica, contra mais de 300 milhões com banda larga.
No auge, no início dos anos 2000, a AOL chegou a ter mais de 30 milhões de assinantes e dominava quase 40% do tempo online dos americanos.
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Brasil é exemplo
No Brasil, as operadoras deixaram de oferecer a internet discada para novos clientes por volta de 2010. Ainda assim, contratos antigos em áreas extremamente isoladas, sem acesso a outras tecnologias, continuaram ativos até cerca de 2018.
Há relatos em fóruns na internet de que a Vivo teria sido a última operadora a encerrar a internet discada no Brasil.
Ao Canaltech, a empresa confirmou que já encerrou todas as suas atividades com a internet discada, mas não soube precisar a data em que desconectou o último cliente.

O cenário atual de internet no Brasil é muito diferente do dos EUA. Lá, grandes operadoras evitam concorrer nas mesmas regiões, o que deixa muitos consumidores americanos com apenas uma opção de banda larga.
Aqui, existem literalmente milhares de provedores oferecendo fibra óptica de alta velocidade. Gil Torquato, presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), resume o diferencial brasileiro.
“Somos exemplo de internet no mundo porque tem competição; você tem diversos serviços sendo prestados”.
Essa concorrência é resultado de uma regulamentação moderna que abriu espaço para pequenos provedores chegarem onde as grandes empresas não viam vantagem comercial.
Concorrência real
Segundo a Anatel, nenhuma operadora domina o mercado de banda larga fixa no Brasil. Das quase 53 milhões de conexões ativas, a Claro lidera com 19%, seguida da Vivo com 14%. Nenhuma outra empresa tem mais de 10% de participação.
Além disso, redes neutras, como a da V.tal, permitem que diversas marcas vendam serviço distintos através da mesma infraestrutura. Isso facilita a chegada de múltiplos provedores a um condomínio ou bairro sem necessidade de várias obras de cabeamento.
Esse modelo já mostra resultados claros. Em 2025, a velocidade média de banda larga fixa no Brasil atingiu 244,46 Mbps, 20% a mais que no ano anterior.
“Naturalmente, a velocidade média de internet tende a subir, inclusive pelo ganho de custo-benefício com planos de alta velocidade cada vez mais acessíveis”, explica Alexandre Martins, gerente de negócio do MelhorPlano.net.
Capitais como Goiânia (278,85 Mbps) e Rio Branco (251,51 Mbps) lideram, e cidades como Lagoa Real (BA) já ultrapassam 1 Gbps.

5G rápido
No 5G, o Brasil também deixou os EUA para trás. O país ocupa o 3º lugar no ranking mundial de velocidade, com média de 350,8 Mbps, à frente de potências como Japão e Taiwan.
Kim Rieffel, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), destaca que “no setor da saúde, por exemplo, o 5G permite diagnósticos mais precisos e cirurgias assistidas por tecnologia”, mostrando que o avanço vai além da navegação em celulares.
Hoje, 78% das conexões fixas no Brasil usam fibra óptica, 15,8% são por cabo coaxial e apenas 1,5% ainda depende de cabos de cobre — a mesma tecnologia que sustentava a internet discada e o ADSL.
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