Mercado Livre quer virar farmácia e vender remédios online

Tecnologia
Resumo
  • O Mercado Livre anunciou a compra da farmácia em São Paulo, visando entrar no setor de medicamentos online
  • Aquisição depende de aprovação do Cade.
  • Negócio busca superar barreiras regulatórias, permitindo que o Mercado Livre venda medicamentos online através de uma farmácia física licenciada.

O Mercado Livre pode em breve começar a vender medicamentos em sua plataforma. A empresa anunciou a compra de uma farmácia em São Paulo, em um movimento que pode marcar sua entrada em um dos mercados mais regulados — e lucrativos — do Brasil.

Segundo apuração do jornal O Globo, a empresa alvo é a Target (Cuidamos Farma Ltda.), localizada no bairro do Jabaquara, na Zona Sul da capital paulista. A farmácia pertence à Memed, uma startup de prescrição de receitas digitais.

A transação ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em comunicado enviado à imprensa, a companhia confirma a “possível aquisição de uma empresa que comercializa medicamentos”.

Estratégia para vender remédios

O movimento do Mercado Livre visa superar uma barreira regulatória. Atualmente, a legislação brasileira impõe uma série de restrições à venda de medicamentos online, exigindo que ela seja atrelada a uma farmácia física licenciada e com um farmacêutico responsável.

Ao adquirir uma farmácia, mesmo que de pequeno porte, a gigante do e-commerce pode obter a licença necessária para operar no setor. À revista Exame, analistas classificam a jogada como uma “maneira inteligente de contornar obstáculos regulatórios”. A loja física, nesse cenário, funcionaria como um projeto-piloto e um pequeno centro de distribuição.

A compra está sendo realizada através da K2I Intermediação, uma subsidiária da Kangu, empresa de logística adquirida pelo Meli em 2021.

Reação da concorrência

A entrada do Mercado Livre agita um setor que movimenta mais de R$ 200 bilhões por ano. Segundo a Exame, a notícia teve efeito imediato no mercado financeiro: no dia da divulgação, as ações da RD Saúde (antiga Raia Drogasil), uma das maiores redes do país, chegaram a cair 6%.

A movimentação acontece em um momento de discussões sobre a flexibilização da venda de medicamentos no Brasil. Atualmente, tramita no Congresso o projeto de lei 2.158/2023, que autoriza supermercados a venderem medicamentos isentos de prescrição, ainda que mantenha a obrigação de um farmacêutico presente durante o funcionamento.

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