Meta culpa Estados Unidos por rombo de US$ 16 bilhões em resultado financeiro

Tecnologia
Resumo
  • Meta registrou uma receita recorde de US$ 51,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, mas o lucro líquido despencou para US$ 2,7 bilhões.

  • A empresa de Mark Zuckerberg atribui a queda a um único imposto, criado na gestão Trump.

  • Mesmo com bom desempenho em publicidade e anúncios, as ações da Meta caíram 8% após divulgação do balanço.

Apesar de registrar uma receita recorde de US$ 51,2 bilhões (alta de 26% ano a ano) no terceiro trimestre de 2025, a Meta anunciou que o lucro líquido despencou para US$ 2,7 bilhões, frustrando expectativas do mercado.

Assim como a Netflix no Brasil, a Meta atribuiu o resultado negativo a uma cobrança fiscal extraordinária de quase US$ 16 bilhões, segundo relatório divulgado na semana passada.

O rombo é resultado de uma tributação dos Estados Unidos prevista na lei conhecida como como Big Beautiful Bill, aprovada na gestão de Donald Trump. Excluindo o imposto, o lucro líquido da Meta no trimestre teria sido de US$ 18,6 bilhões.

Mais despesas com IA

O balanço negativo não foi o único fator que assustou os investidores. As ações da Meta chegaram a cair 8% nas negociações após o fechamento da bolsa, mesmo com a receita forte.

Isso porque a Meta também alertou que seus custos totais, que já cresceram 32% (acima da receita), devem aumentar ainda mais. A empresa espera despesas de capital “notavelmente maiores” em 2026, impulsionadas principalmente pela corrida de inteligência artificial.

O CEO Mark Zuckerberg afirmou em conferência com analistas que a estratégia é “antecipar agressivamente a construção de capacidade” de data centers. O objetivo, segundo ele, é preparar a empresa para os “casos mais otimistas” no desenvolvimento da chamada “superinteligência” (IA que supera a capacidade humana).

Reforçando essa direção, a empresa aumentou sua previsão de gastos para este ano, que agora fica entre US$ 70 bilhões e US$ 72 bilhões. Como relembra o Wall Street Journal, Zuckerberg já havia afirmado recentemente, em jantar com o presidente dos EUA e outros líderes de big techs, que a Meta planeja gastar ao menos US$ 600 bilhões em data centers e infraestrutura nos EUA até 2028.

Anúncios movem a Meta

Apesar do laboratório de superinteligência, que direciona a estratégia da companhia, e dos bons resultados com os óculos inteligentes, o crescimento da receita teve força na publicidade digital.

A Meta continua a se beneficiar da enorme base de usuários: mais de 3,5 bilhões de pessoas usaram pelo menos um dos apps da companhia (Facebook, Instagram, WhatsApp ou Threads) diariamente no último mês.

Segundo a Reuters, a plataforma de anúncios da empresa, que foi otimizada com IA, tem ajudado anunciantes a automatizar campanhas e melhorar a segmentação. Além disso, a Meta começou a monetizar novas frentes, como anúncios no WhatsApp e no Threads, enquanto os Reels no Instagram seguem em competição direta com o TikTok e YouTube Shorts.

Para o quarto trimestre de 2025, a Meta projeta uma receita entre US$ 56 bilhões e US$ 59 bilhões, dentro das expectativas do mercado.

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