
Resumo
- A Meta planeja lançar o modelo Llama 4 em 2026, abandonando o código aberto para competir com OpenAI e Google.
- A reestruturação visa priorizar a lucratividade, com investimentos de US$ 600 bilhões em infraestrutura de IA nos EUA.
- O desenvolvimento do modelo Avocado envolve o uso de dados de concorrentes e cortes em outras divisões da empresa.
A Meta estaria reestruturando a divisão de inteligência artificial para priorizar a lucratividade e o controle da tecnologia, de acordo com uma reportagem da agência Bloomberg. Com isso, a empresa de Mark Zuckerberg se afastaria da filosofia de código aberto que ela própria defendeu nos últimos anos.
O cerne da questão seria o modelo Llama 4, que ainda não foi lançado, mas já se tornou alvo de críticas por suposta manipulação de testes de desempenho. Ele está previsto para chegar ao mercado em meados de 2026 e deve ser um produto rigorosamente controlado pela Meta.
Por que a Meta decidiu mudar a estratégia?
Fontes ligadas à empresa relataram à Bloomberg que a transição foi acelerada após o cancelamento de um projeto intermediário chamado Behemoth. Desapontado com a trajetória dele, Zuckerberg teria descartado a ideia para focar numa nova arquitetura batizada de Avocado.
A mudança também responde a pressões financeiras. Segundo informações de reportagens da Bloomberg e do The Verge, o plano é alinhar a companhia aos modelos de negócios das rivais OpenAI e Google, buscando rentabilizar os investimentos trilionários no setor de IA.
Investidores de Wall Street têm questionado os gastos da Meta. Zuckerberg prometeu desembolsar US$ 600 bilhões (cerca de R$ 3,2 trilhões) em projetos de infraestrutura nos Estados Unidos nos próximos três anos, a maioria relacionada à inteligência artificial. O modelo de código aberto dificulta a monetização necessária para justificar as despesas.
Treinamento com tecnologia rival e desafios
O desenvolvimento do Avocado é de responsabilidade de um grupo de elite recém-formado por Zuckerberg, denominado TBD Lab. Para treinar o novo modelo, a equipe está utilizando dados extraídos de sistemas concorrentes, como Gemma (Google), gpt-oss (OpenAI) e Qwen (da gigante chinesa Alibaba).

Para financiar essa nova aposta, a gigante da tecnologia já realizou cortes. A unidade de pesquisa acadêmica (FAIR) sofreu redução de pessoal e verbas foram desviadas da divisão de realidade virtual e metaverso, sinalizando uma nova prioridade da empresa.
Além dos desafios técnicos, a Meta enfrenta obstáculos regulatórios. O uso interno do termo “superinteligência” para descrever projetos de longo prazo gerou reações negativas em pesquisas de mercado. Legisladores, especialmente na União Europeia, associam o termo a riscos de segurança descontrolados.

