A sonda espacial Double Asteroid Redirection Test (DART), da NASA, atingiu o asteroide Dimorphos em 26 de setembro de 2022, alterando sua rota e modificando seu formato. No entanto, um estudo publicado no início de julho aponta que o impacto liberou detritos gigantes que não estão se comportando como o esperado no espaço.
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De acordo com os resultados de uma pesquisa publicada no The Planetary Science Journal, essas rochas espaciais originadas em Dimorphos geraram forças em direções inesperadas. Esse fator pode impactar futuras missões de desvio de asteroides com o objetivo de proteger a Terra.
“Nossa pesquisa mostra que, embora o impacto direto da sonda DART tenha causado a mudança, as pedras ejetadas deram um impulso adicional quase tão grande. Esse fator muda a física que precisamos considerar ao planejar esse tipo de missão”, destaca Tony Farnham, coautor do estudo e astrônomo da Universidade de Maryland, em comunicado.
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Rastreamento das rochas
Os pesquisadores usaram imagens obtidas pelo LICIACube — uma pequena sonda espacial italiana que observou as consequências do impacto da DART — para rastrear 104 rochas espaciais oriundas de Dimorphos, com diâmetros entre 0,2 e 3,6 metros. Esses detritos se afastavam do asteroide a velocidades de até 187 km/h.
“Vimos que os rochedos não estavam espalhados aleatoriamente no espaço. Em vez disso, estavam agrupados em dois conjuntos bem distintos, com ausência de material em outras regiões. Isso indica que algo desconhecido está em ação aqui”, ressaltou Farnham.
As análises revelaram que o maior aglomerado de fragmentos rochosos foi ejetado em direção ao sul, a altas velocidades. Essas rochas provavelmente se originaram de partes maiores do asteroide, que foram atingidas pelos painéis solares da DART antes mesmo da colisão da estrutura principal da sonda.

Lições para novas missões
A equipe responsável pelo estudo destacou que entender os detalhes das consequências do impacto da DART será fundamental para a missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), que pretende chegar ao sistema Didymos-Dimorphos em 2026.
“Se um asteroide estivesse vindo em nossa direção e soubéssemos que precisávamos movê-lo uma determinada distância para evitar que atingisse a Terra, todas essas sutilezas se tornariam muito importantes. Podemos pensar nisso como um jogo de sinuca cósmico. Podemos perder o ponto se não considerarmos todas as variáveis”, concluiu Jessica Sunshine, professora de astronomia e geologia da Universidade de Maryland.
Confira o estudo na íntegra no The Planetary Science Journal.
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