Brasília – Com o objetivo de contribuir para uma maior internacionalização de negócios liderados por mulheres em língua portuguesa no mundo de negócios que se abrirá com a entrada próxima em vigor do Acordo de Livre Comércio Mercosul-União Europeia, o Clube Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa (CMNLP) dá início hoje (28), na Casa da América Latina, em Lisboa, a uma série de três eventos do Fórum Mulheres: Mercosul-UE, um encontro exclusivo para mulheres e uma iniciativa inédita que pretende inserir a perspectiva de gênero no acordo entre os blocos sul-americano e europeu. Ainda neste ano, serão realizadas edições do Fórum em Brasília e Fortaleza.
De acordo com a fundadora e presidente do CMNLP, Rijarda Aristóteles em entrevista exclusiva ao Comexdobrasil.com “o Fórum será um espaço permanente de diálogo, cooperação e negócios, reunindo lideranças empresariais, políticas, acadêmicas e da sociedade civil. O objetivo é garantir que os benefícios do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia sejam distribuídos de forma equitativa, promovendo inclusão, justiça social e fortalecimento econômico das mulheres”.
Na percepção da presidente do CMNLP, “O Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia, que deverá ser assinado em breve, possibilita que incluamos mais de 200 milhões de mulheres em idade produtiva e com capacidade empreendedora. Ora, estamos a falar em um universo de 780 milhões de pessoas e mais 20% do PIB Global. Esse é o cenário que o Clube vislumbra como algo objetivo, concreto, real e mensurável. Como nós vamos incluir mulheres nas mesas de decisão dos desdobramentos do Acordo? A questão que está posta é: nós queremos ser visibilizadas nas decisões, dentro das nossas especificidades. Nós ainda temos as barreiras visíveis – que são comuns a todos – e as barreiras invisíveis, exclusivas nossas, para acessar mercados internacionais; temos as assimetrias no crédito e na representação política e as soluções, quando chegam, são geralmente desconectadas das nossas realidades locais”.
Após reiterar sua confiança em que o acordo finalmente será concretizado nos próximos meses, Rijarda Aristóteles destaca que “nossa intenção nessa ação com o Fórum a partir do momento que entre em vigor, é posicionar o Clube como uma plataforma global com influência real em decisões estratégicas internacionais, indo além do networking, integrando o protagonismo político, econômico e institucional nos negócios liderados por mulheres em língua portuguesa”.
A relevância do apoio prestado pelo MDIC, CNI e ApexBrasil
Em sua atuação à frente do CMNLP, a empresária sublinha a importância do apoio que o Clube tem recebido de instituições comoo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil), desde que lançou a ideia de promover o primeiro Fórum Mulheres Mercosul-UE: “ a CNI, não poderia estar de fora de qualquer projeto que tenha como princípio o desenvolvimento económico do Brasil. Assim, trocamos ideia com a nossa Embaixadora Honorária Mônica Monteiro, que é presidente do Fórum da Indústria da CNI, que entendeu a pertinência do tema, e em seguida envolvemos nossas Embaixadoras Masters de Brasília, em especial a nossa Líder Amanda Morais, que fez as articulações para que tivéssemos o apoio necessário para a realização do Fórum na capital do Brasil. Temos o total apoio físico, com a infraestrutura e divulgação, da instituição”.
Em relação ao apoio institucional do MDIC e da ApexBrasil, Rijarda Aristóteles afirmou que “a Apex Brasil e o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio do Governo do Brasil, assim como outros órgãos, têm se destacado nos últimos dois anos, por um trabalho consistente de expansão dos negócios liderados por mulheres para o exterior. Nós somos parceiros da Apex desde de 2023 com o Programa Mulheres e Negócios Internacionais, que é uma ação específica para as empresas lideradas por mulheres. À época, em nosso II Congresso Global, realizado em Lisboa, que contou com presença da Diretora de Negócios, Ana Paula Repezza, estreitamos os nossos laços, e já éramos signatárias do Compromisso ApexBrasil com a Equidade de Gênero”.
O Programa “Elas Exportam”, uma ferramenta lançada em parceria MDIC/ApexBrasil é mencionada pela presidente do CMNLP como outra importante fonte de apoio às iniciativas implementadas pelo Clube em sua atuação visando contribuir para uma maior presença feminina no comércio exterior brasileiro.
Segundo a executiva, “esse Programa já direcionada especialmente ao suporte de mentorias para as atividades que envolvem as exportações, nós somos divulgadores e estimuladoras das ações inerentes ao Programa. Estamos sempre atentas a todas as atividades que envolvam a expansão dos negócios liderados por mulheres, criando e executando ações que visem essa concretização, nos países nos quais temos representação. Agimos, por exemplo, durante o WebSummit quando ajudamos a receber em Lisboa, dezenas de empresárias de start-ups, e procuramos apresentar o ecossistema local, estabelecendo conexões importantes para o reconhecimento da cultura e das oportunidades”.
Ao promover eventos com foco na inclusão da temática de gênero na esfera do Acordo Mercosul-UE, o CMNLP busca também proporcionar às mulheres suporte para atuação no comercio exterior, sabidamente um dos segmentos predominantemente mais masculinos da economia brasileira.
Conquista de espaços pela mulher no mundo do comercio exterior
“De fato, ainda há uma predominância masculina no segmento. Contudo, percebemos que como resultados dessas ações mais e mais mulheres empresárias e empreendedoras estão a ocupar os espaços internacionais. Os números ainda são aquém do que gostaríamos, entretanto eles estão em ascendência, e isso é relevante. O Clube MNLP tem como seu principal pilar, a internacionalização de negócios liderados por mulheres, em língua portuguesa. Temos um departamento específico direcionado à Moda, que por meio de Missões ou Experiências Empresariais, acolhe, entende e promove conhecimento, especialmente sobre a Cultura local e busca posicionar os produtos, com a maturidade exportadora, para mercados onde temos nossas Embaixadoras. Esse departamento responde, portanto, principalmente pelo entendimento da cultura empresarial local. Nos últimos quatro anos, buscamos entender, do ponto de vista da mulher empresária, um dos principais gargalos, que é o Conhecimento da Cultura do país destino. E focamos muito nesse quesito”.
Mas, na opinião de Rijarda Aristoteles, a questão de gênero nos negócios não é restrita ao ambiente empresarial brasileiro. Segundo ela, “o desafio é global, com alguns países mais avançados e outros ainda bastante atrasados. Um dilema que vamos afrontando na medida em que nossas Embaixadoras, nos países, nos solicitam. O Clube é uma plataforma que congrega mulheres em língua portuguesa em 20 países. E a nossa intenção é expandir e chegarmos ao maior número de mulheres para que façam parcerias, criem sinergias e façam seus negócios prosperarem”, concluiu.
Programação de Eventos
Lisboa – 28 de outubro de 2025, na Casa da América Latina
Brasília – 27 de novembro de 2025, na Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Fortaleza – 03 de dezembro de 2025, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)
O post Mulheres empresárias defendem maior inserção da temática de gênero no contexto do Acordo Mercosul-UE apareceu primeiro em Comex do Brasil.

