
Resumo
- Banheiros públicos na China adotaram dispensadores inteligentes que exibem anúncios ou exigem pagamento digital para liberar papel higiênico.
- Medida faz parte da “revolução dos banheiros”, medida do governo que busca modernizar instalações e reduzir desperdício de papel.
- Programa do governo foi uma resposta direta ao aumento do turismo doméstico no país.
Uma nova geração de dispensadores “inteligentes” de papel higiênico está chamando a atenção em banheiros públicos na China. A novidade exige que os usuários assistam a anúncios em vídeo ou efetuem um pagamento digital antes de liberar o insumo, tão importante em momentos de necessidade.
A medida, adotada para controlar o desperdício e modernizar as instalações sanitárias do país, ganhou espaço na mídia estrangeira após um vídeo que circula nas redes sociais mostrar o inusitado sistema.
Como funciona o processo?
Os usuários precisam escanear um QR code com o celular para ativar as máquinas. Após a leitura do código, o cidadão é obrigado a visualizar um breve anúncio publicitário ou a pagar uma taxa de 0,5 yuan (aproximadamente R$ 0,40) para obter uma única folha de papel.
Segundo autoridades chinesas, o sistema foi implementado porque algumas pessoas pegavam quantidades excessivas de papel higiênico quando ainda era oferecido gratuitamente.
A ideia gerou debate. Críticos apontam para uma falha logística fundamental: um indivíduo sem um smartphone, com a bateria do aparelho descarregada ou sem acesso a métodos de pagamento digital ficaria incapacitado de obter papel higiênico, por exemplo.
O portal China Insider divulgou um vídeo que mostra como o sistema funciona na prática:
China aposta em “revolução dos banheiros”
Este sistema, no entanto, não é uma novidade isolada, mas sim uma evolução de outras medidas tecnológicas aplicadas ao longo de quase uma década. A iniciativa faz parte de um programa apelidado de “revolução dos banheiros”, lançado pelo governo para melhorar a qualidade e a gestão das instalações sanitárias em todo o país, especialmente em pontos turísticos.
Em 2017, o portal CBC noticiou a instalação dos primeiros dispensadores de alta tecnologia no Templo do Céu, um ponto turístico de 600 anos em Pequim, com uso de reconhecimento facial. Para combater o furto de rolos inteiros de papel, as máquinas escaneavam o rosto do usuário e liberavam uma tira padronizada de 60 centímetros. O mesmo indivíduo só poderia fazer uma nova retirada após um intervalo de nove minutos.
Dois anos depois, em 2019, o sistema foi atualizado para ampliar o tempo de espera entre as retiradas para dez minutos por pessoa, numa tentativa de refinar o controle sobre o consumo. A transição para o modelo atual, baseado em anúncios e micropagamentos, substitui a biometria pela interação com o smartphone do usuário.

A “revolução dos banheiros” foi uma resposta direta ao aumento do turismo doméstico na China e à crescente demanda do público por instalações de melhor qualidade. Historicamente, muitos banheiros públicos em locais turísticos eram conhecidos por suas condições precárias.
Além do controle sobre o uso do papel, a tal modernização inclui outras medidas, como a substituição gradual de vasos sanitários de cócoras por modelos de estilo ocidental. Há ainda o teste com novas instalações. Em Xangai, por exemplo, foi inaugurado um banheiro público de gênero neutro para otimizar o fluxo e reduzir filas.
Com informações de Oddity Central, CBC, Reddit e China Insider
Na China, banheiros públicos mostram anúncios para liberar papel higiênico