Marcelo Siegmann, da Seara, afirma que o Brasil tem condições de ter mesma preferência em outras categorias
Da Redação
Brasília – Fora do mundo islâmico, não há país cuja certificação halal — de produção em conformidade com as tradições culturais e religiosas muçulmanas — tenha credibilidade equiparável à do Brasil.
A afirmação é de Marcelo Siegmann, diretor de exportação da Seara Alimentos, que participou nesta terça-feira (27), em São Paulo, do Global Halal Brazil Business Forum 2025, evento voltado a negócios em mercados consumidores muçulmanos.
De acordo com Siegmann, o selo halal brasileiro é mais respeitado, inclusive, do que as certificações europeias de conformidade islâmica — o que confere ao Brasil uma vantagem competitiva. Nos países islâmicos, a Seara comercializa derivados de aves com certificação halal, obrigatória para produtos de origem animal.
“Vou falar mais do frango, que é a minha área. Não existe hoje, no mundo, um país não muçulmano que tenha o reconhecimento no mercado internacional do seu selo halal como o Brasil [tem]. E vou dar exemplos: em um país europeu hoje, o halal brasileiro é mais respeitado do que o produto local [que se posiciona como produto halal]”, afirmou o executivo.
O diretor de exportação da Seara destacou ainda que o selo halal brasileiro possui credibilidade superior à certificação de países ocidentais com populações muçulmanas muito maiores que a do Brasil. Segundo o último Censo, pessoas de fé islâmica representam menos de 1% da população brasileira.
Entre os exemplos, ele citou Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e Tailândia — países que, apesar de abrigarem milhões de muçulmanos, não contam, segundo o executivo, com selos tão respeitados quanto o brasileiro para certificar derivados avícolas produzidos em seus territórios.
Alimentos e outros produtos halal
“O Brasil se tornou o maior exportador de proteína animal halal do mundo, graças a um trabalho muito forte no halal, que começou lá atrás. Hoje a gente tem esse trabalho muito consolidado e, principalmente, reconhecido no mundo todo”, afirmou Siegmann.
O executivo acredita que, além dos alimentos, o Brasil tem condições de ampliar a produção de bens halal e conquistar novos mercados em países muçulmanos — incluindo setores como cosméticos e medicamentos, que também exigem certificação halal.
“[Seria necessário] o envolvimento de autoridades do exterior para que venham ao Brasil e vejam como são produzidos [nossos produtos halal] e a seriedade das empresas envolvidas”, afirmou. “É um trabalho que tem que ser setorial [… e] envolve muita dedicação”, finalizou.
Realizado pela Câmara Árabe-Brasileira e pela Fambras Halal, o Global Halal Brazil Business Forum 2025 tem patrocínio de MBRF, Modon, Seara Alimentos, Eco Halal, Emirates, Grupo MHE9, Prime Company, Carapreta Carnes Nobres e SGS.
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