Nokia tijolão: entenda o segredo da durabilidade e o sucesso do jogo da cobrinha

Tecnologia

O Nokia 3310 e outros modelos da linha “tijolão” marcaram época na indústria de celulares com características que hoje parecem impossíveis: bateria que durava uma semana e resistência a impactos que destruiriam qualquer smartphone moderno. 

Entre os anos 90 e 2000, esses aparelhos se tornaram referência mundial de durabilidade e introduziram o conceito de entretenimento móvel através do famoso “jogo da cobrinha”, o Snake.

Como o Nokia “tijolão” durava tanto?

A durabilidade dos celulares da Nokia antigos resultava de decisões específicas de engenharia e escolha de materiais. O projeto priorizava resistência e longevidade em detrimento da estética moderna.


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A estrutura utilizava policarbonato de alta densidade, material conhecido pela capacidade de absorver impactos sem fraturas. O design compacto mantinha os componentes internos bem protegidos, com telas pequenas que reduziam significativamente os pontos vulneráveis.

A arquitetura interna seguia princípios de simplicidade funcional. Com menos circuitos complexos e componentes móveis, os aparelhos apresentavam menor probabilidade de falhas mecânicas ou eletrônicas.

As baterias de NiMH (Níquel-Hidreto Metálico) ou Li-Ion (Íons de Lítio) ofereciam autonomia superior devido ao baixíssimo consumo energético dos componentes. O processamento mínimo necessário para funções básicas garantia semanas de uso com uma única carga.

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Nokia 3310 se tornou sinônimo de durabilidade (Imagem: Reprodução/Kreosan)

Essa combinação técnica transformou os aparelhos da Nokia em sinônimo de confiabilidade, estabelecendo padrões de durabilidade que permanecem como referência até hoje.

Jogo da cobrinha foi fenômeno global antes das redes sociais

O Snake, ou “jogo da cobrinha”, representou a primeira experiência de entretenimento móvel popular no mundo inteiro, antecipando por anos a era dos jogos para celular. Desenvolvido originalmente em 1976, o conceito foi adaptado pela Nokia e se tornou um fenômeno cultural.

A mecânica simples escondia um design viciante: controlar uma linha que cresce continuamente enquanto coleta objetos, evitando colisões. Essa simplicidade permitia compreensão imediata, mas exigia habilidade crescente para pontuações altas.

O jogo vinha pré-instalado na maioria dos celulares da Nokia, eliminando barreiras de acesso. Sem necessidade de downloads ou pagamentos adicionais, estava disponível instantaneamente para milhões de usuários.

A competição por recordes criava engajamento duradouro. A busca por pontuações superiores, seja individual ou entre grupos, alimentava sessões prolongadas de jogo e discussões sobre estratégias.

Dessa forma, o Snake estabeleceu bases para a indústria de jogos mobile que movimenta bilhões atualmente e opções de entretenimento móvel, como redes sociais.

JOGO DA cobrinha
Jogo da cobrinha é famoso até hoje (Imagem: Reprodução/Griphy)

Nokia 3310 foi importante para democratizar smartphones

O Nokia “tijolão” vai além de aspectos técnicos, e representa um marco na democratização dos celulares. Esses equipamentos tornaram a comunicação sem fio acessível para camadas populacionais que anteriormente não tinham acesso à tecnologia.

O modelo estabeleceu expectativas de mercado que se mantém até hoje: confiabilidade operacional, autonomia energética superior e interface intuitiva

Além disso, o “jogo da cobrinha” demonstrou que um game mobile pode ser um grande diferencial nos smartphones e impulsionou a indústria dos jogos mobile.

Em outras palavras, as inovações que o Nokia 3310 apresentou se mantém presente até hoje nos celulares modernos.

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