
Descoberto em 1º de julho, o cometa 3I/ATLAS atraiu a curiosidade de pesquisadores ao redor do mundo, e alguns inclusive chegaram a levantar a hipótese de que ele poderia ser uma nave extraterrestre. No entanto, imagens recentes mostram o objeto liberando um jato na direção do Sol — comportamento característico de cometas.
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Os novos registros do cometa interestelar foram feitos em 2 de agosto, pelo telescópio Two-Meter Twin, instalado no Observatório de Teide, nas Ilhas Canárias (Espanha), e compartilhados em 15 de outubro no site de monitoramento de objetos espaciais The Astronomer’s Telegram (astronomerstelegram.org).
A imagem foi gerada a partir da combinação de 159 exposições, com 50 segundos de duração cada. O resultado mostra o núcleo do cometa como um grande ponto preto, cercado por um brilho circular branco.
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Essa estrutura luminosa apresenta uma ruptura — semelhante a um leque — que, segundo os pesquisadores, indica a região de onde o jato está sendo expelido em alta velocidade na direção do Sol.

Anatomia padrão de cometas
De acordo com Miquel Serra-Ricart, astrofísico que divulgou as imagens do 3I/ATLAS, observar o jato apontando para a direção da nossa estrela faz parte da anatomia padrão dos cometas que viajam pelo Sistema Solar.
“Isso é o de sempre. Os jatos estão apontando para a direção do Sol, e a cauda do cometa, na direção antissolar”, destacou o especialista do Observatório de Teide ao Live Science.
Esse fenômeno ocorre devido ao aquecimento do cometa conforme ele se aproxima do Sol. O lado do objeto voltado para a estrela tende a se aquecer mais rapidamente, o que pode resultar na sublimação de material cometário — processo em que o gelo se transforma diretamente em gás — lançando um jato composto por partículas de poeira e dióxido de carbono em direção ao Sol.
Segundo Serra-Ricart, o movimento de rotação do núcleo do cometa é o que faz o jato assumir o formato de leque. O astrofísico estima que esse jato possa se estender por cerca de 10 mil quilômetros a partir da superfície do cometa interestelar.
A previsão é de que o 3I/ATLAS atinja sua maior proximidade com o Sol (periélio) em 29 de outubro, devendo voltar a ser visível da Terra apenas em meados de novembro — quando os astrônomos esperam observar as possíveis mudanças em sua estrutura após a passagem pela estrela.
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