Um novo modelo de inteligência artificial (IA) do Google reúne informações de toda a área continental e marítima da Terra para funcionar como um satélite virtual. Chamado AlphaEarth Foundations, o sistemafoi anunciado pela big tech no final de julho.
- Google tem dois modelos de IA para historiadores capazes de “prever o passado”
- Pesquisadores usam IA para interpretar textos antigos jamais compreendidos
- Novo agente de IA do Google promete ajudar cientistas; entenda como funciona
O modelo se destaca por integrar grandes volumes de dados de diferentes fontes públicas — como imagens ópticas de satélites, radar, mapeamento a laser 3D e simulações climáticas. Com isso, consegue fornecer detalhes sobre diversas regiões do planeta.
Essas informações são reunidas e podem ser utilizadas para análises relacionadas a terras e águas costeiras em áreas de até 100 metros quadrados (resolução de 10 × 10 metros). Isso permite analisar com precisão mudanças ocorridas ao longo de grandes períodos de tempo.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
O Google destaca ainda que o sistema cria resumos compactos sobre cada uma dessas áreas, o que facilita o manuseio dos dados, reduz o espaço de armazenamento necessário e diminui os custos de estudos em escala global.
“Este avanço permite que os cientistas façam algo que era impossível até agora: criar mapas detalhados e consistentes do nosso mundo sob demanda. Seja monitorando a saúde das plantações, rastreando o desmatamento ou observando novas construções, eles não precisam mais depender de um único satélite passando por cima deles. Agora, eles têm uma nova base para dados geoespaciais”, informou o Google em comunicado.

Testes dos conjuntos de dados
Os testes do AlphaEarth Foundations incluíram comparações com modelos tradicionais de mapeamento, bem como análises geradas por outras IAs.
A big tech informou que o novo sistema se destacou em tarefas como identificar o uso do solo para diferentes finalidades e estimar propriedades da superfície.
“Em média, o AlphaEarth Foundations apresentou uma taxa de erro 24% menor do que os modelos que testamos, demonstrando sua superior eficiência de aprendizado”, destacou a companhia.
Conjunto de dados de incorporação de satélite
Outra iniciativa ligada ao AlphaEarth é o conjunto de dados de incorporação de satélites, integrado ao Google Earth Engine. Essa coleção faz parte de um plano de atualizações anuais, usadas para criar mapas personalizados com detalhes do mundo real.
Programas como o MapBiomas já utilizam esses dados. No caso da iniciativa brasileira, as informações fornecidas pela IA ajudam a elaborar estratégias de conservação e desenvolvimento sustentável em áreas como a Floresta Amazônica.
“O conjunto de dados de incorporação de satélite pode transformar a maneira como nossa equipe trabalha. Agora temos novas opções para criar mapas mais precisos, exatos e rápidos de produzir, algo que nunca teríamos conseguido fazer antes”, ressalta Tasso Azevedo, fundador do MapBiomas.
Iniciativas como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Harvard Forest e o Atlas Global de Ecossistemas também já utilizam esses dados para ajudar países a classificar ecossistemas ainda desconhecidos, por exemplo.

Leia mais:
- Google mistura física e IA para criar previsão do tempo ainda mais precisa
-
Como ver os locais de pouso das missões Apollo na Lua usando o Google Earth
VÍDEO | O QUE DEU ERRADO COM O GOOGLE STADIA
Leia a matéria no Canaltech.