De acordo com uma pesquisa recente do Pew Research Center, cerca de um em cada dez pais nos Estados Unidos afirma que seus filhos de cinco a 12 anos já utilizaram chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google. Esses números mostram que o contato com IA está começando muito antes do que se imaginava.
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Além disso, quatro em cada dez pais relatam que seus filhos interagem com assistentes de voz, como Siri e Alexa, enquanto 11% dizem que seus filhos usam smartwatches conectados. Essa familiaridade crescente com tecnologia é um reflexo da era digital, mas também um motivo de preocupação.
Uso precoce pode afetar o aprendizado
Segundo a pesquisa, o uso precoce e sem supervisão de IA pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. O motivo é simples: ao receber respostas prontas e rápidas de ferramentas como o ChatGPT, elas podem perder a curiosidade natural de pesquisar, questionar e resolver problemas sozinhas.
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Outra projeção é que a dependência excessiva de IA tende a reduzir as habilidades de pensamento crítico. Em vez de aprender a construir o raciocínio, crianças passam a repetir informações, o que afeta diretamente o processo de aprendizado e criatividade.

Além disso, há riscos de exposição a desinformação, já que chatbots podem gerar respostas incorretas com aparência de verdade. Outro ponto sensível é a privacidade dos dados infantis, uma vez que o uso dessas plataformas pode envolver coleta de informações pessoais.
O papel dos pais e educadores diante da IA
Os especialistas defendem que pais e escolas precisam agir rapidamente para estabelecer limites saudáveis no uso da inteligência artificial. Isso inclui supervisionar o tempo de tela, ativar controles parentais e ensinar o uso responsável dessas ferramentas.
A pesquisa do Pew mostra que 67% dos pais acreditam que as empresas de tecnologia deveriam fazer mais para proteger as crianças online, e 55% defendem ações mais firmes de legisladores.
Em um mundo em que a tecnologia se integra cada vez mais cedo à infância, o desafio é encontrar o equilíbrio entre educar com a ajuda da IA e preservar o desenvolvimento das crianças. Afinal, o futuro digital pode ser promissor, desde que venha acompanhado de consciência e responsabilidade.
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