‘O bebê mais velho do mundo’ nasceu de um embrião congelado por mais de 30 anos

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No último dia 26, nasceu nos Estados Unidos o bebê mais “velho” do mundo no sentido biológico do termo. O pequeno Thaddeus Daniel Pierce veio ao mundo a partir de um embrião congelado há mais de 30 anos, criado originalmente em maio de 1994 e mantido em criopreservação por três décadas e meia.

A mãe biológica do embrião, Linda Archerd, havia recorrido à fertilização in vitro na década de 1990, um procedimento ainda pouco conhecido na época. Do tratamento resultaram quatro embriões: um foi transferido imediatamente e deu origem à filha de Linda, hoje com 30 anos, enquanto os outros três foram preservados para uso futuro.

Por anos, Linda manteve os embriões armazenados, pagando taxas anuais que chegavam a mil dólares. Mesmo após o divórcio e a entrada na menopausa, ela resistia à ideia de descartá-los ou doá-los para pesquisa. Por convicções pessoais e religiosas, decidiu buscar um programa de “adoção de embriões”, no qual poderia conhecer a família receptora.


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O caminho não foi simples: muitas clínicas se recusam a trabalhar com embriões tão antigos devido às técnicas de congelamento usadas no passado, conhecidas como “congelamento lento”. Essas exigem um processo de descongelamento mais complexo e apresentam, teoricamente, menor taxa de sucesso.

‘O bebê mais velho do mundo’ nasceu de um embrião congelado por mais de 30 anos (Imagem: Freepik)

O tratamento ocorreu na clínica Rejoice Fertility, no Tennessee, dirigida pelo endocrinologista reprodutivo John Gordon. A equipe enfrentou o desafio de descongelar o material preservado há mais de três décadas. Dos três embriões descongelados, dois foram transferidos para o útero de Lindsey, e um se desenvolveu até o nascimento.

Nos Estados Unidos, não há prazo máximo para armazenamento, e estima-se que 1,5 milhão de embriões estejam hoje em tanques de nitrogênio no país. Vale lembrar que pesquisas indicam que o tempo prolongado de congelamento pode afetar a taxa de sobrevivência dos embriões, mas ainda não há consenso sobre impactos na saúde dos bebês.

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