O que a Tesla Cybertruck tem de diferente que complicou sua blindagem no Brasil

Tecnologia

A Cybertruck Cyberbeast, picape elétrica para lá de futurista da montadora de Elon Musk, já circula no Brasil com preço de R$ 1,5 milhão. Além do custo alto, um exemplar do modelo tem um diferencial raro: trata-se da única do tipo com blindagem balística no país em meio às mais de 20 encontradas nas vias brasileiras

O processo de blindagem foi realizado pela Carbon, empresa líder no segmento e que quer chegar à marca de 6 mil carros blindados ainda neste ano. Mas não pense que a tarefa foi fácil: a fabricação dos vidros blindados — principalmente os do para-brisa — foram um dos desafios enfrentados logo de cara pela companhia. 

Cacá Mancebo, diretor de marketing da empresa, declarou ao Uol que o componente equivale a duas vezes o para-brisas de um carro BMW X3. Assim, para produzir o componente com a curvatura necessária, a companhia precisou de fornos especiais, que são 70% maiores que aqueles padrão do mercado e que só assim teriam espaço suficiente para comportar o para-brisa. 


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Vidro especial do Cybertruck

Para completar, o vidro da Cybertruck é inclinado em 18° — para comparação, considere que os SUVs convencionais têm inclinação de 25º. Outro desafio estava na blindagem das portas e outras partes opacas do carro que, no fim, tiveram que ser projetadas com a ajuda do scanner 3D.  

A Cybertruck Beast recebeu tratamento especial para a blindagem (Divulgação/Tesla)

Para realizar esses procedimentos em segurança, a equipe precisou importar uma caixa de ferramentas original da Tesla — sem o item, não seria possível acessar o sistema elétrico do carro, desenergizar o veículo e desmontá-lo sem riscos. Também era preciso colocar a Cybertruck no modo de serviço e manter a carga da bateria para evitar que os sistemas eletrônicos e sensores fossem descalibrados acidentalmente. 

No fim das contas, foram necessários 22 dias úteis desde a chegada do veículo até a inspeção final e sua entrega. Parece muito tempo? Pois saiba que, na verdade, o prazo é bem curto — e o segredo está na Carbon, que produz o próprio vidro para blindar os carros e, assim, economiza tempo.  

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