
Ferramentas de inteligência artificial (IA), como ChatGPT, Gemini e ClaudeAI, já fazem parte do dia a dia de muitas pessoas — seja para uso pessoal ou profissional. A tendência chegou até mesmo aos navegadores, com o chamado headless browsing e vai mudar a maneira como navegamos na internet.
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Diferentemente dos navegadores tradicionais, como Google Chrome, Microsoft Edge e Mozilla Firefox, essa nova geração de navegadores opera sem precisar de uma interface gráfica e permite que agentes de IA realizem tarefas online de forma automatizada, dispenando recursos de design.
Navegadores de IA como ChatGPT Atlas (OpenAI), Comet (Perplexity), e Aria (Opera), são exemplos de sistemas que utilizam headless browsing.
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“Em vez de mostrar a página visualmente ao usuário, o navegador é executado por meio de controle por software. Essa tecnologia já era usada há bastante tempo, por exemplo, na automação de testes de software, mas agora ganhou destaque com o surgimento de navegadores com agentes de IA embutidos”, explica Nico Steppat, especialista em ciência da computação e diretor de conteúdo da Alura.
Como funcionam os navegadores headless
Os navegadores headless são projetados para atuar como agentes de IA, com recursos integrados que permitem automatizar tarefas complexas, como resumir conteúdos, comparar preços de produtos e preencher formulários.
Todas essas ações podem ser realizadas sem que o usuário precise interagir manualmente com diversas abas do navegador.
“Esses novos navegadores aumentam drasticamente a produtividade, pois automatizam tarefas complexas e atuam em nome do usuário. Podemos comparar resultados de várias abas ou criar postagens automaticamente, sempre considerando o contexto e o perfil do internauta”, ressalta Steppat.

Privacidade e impacto na economia digital
O especialista, no entanto, alerta que navegadores de IA podem apresentar riscos à segurança e à privacidade, já que têm acesso a todo o histórico de pesquisa e a dados sensíveis.
“Existem também vulnerabilidades à prompt injection, em que sites maliciosos podem enganar a IA para executar ações prejudiciais, como phishing ou compras falsas”, acrescenta o profissional da Alura.
Steppat destaca ainda que ferramentas como Comet e ChatGPT Atlas podem impactar diretamente provedores de sites e o mercado de publicidade digital.
Ao automatizar tarefas, os agentes de IA reduzem a necessidade de visitas diretas, diminuindo tráfego, engajamento e a eficácia de anúncios. Isso desafia o modelo tradicional de receita baseado na coleta de dados e na exposição publicitária.
Headless browsing e a teoria da internet morta
Para Nico Steppat, os navegadores headless estão ligados à chamada teoria da internet morta, que prevê um cenário em que conteúdos da web serão gerados automaticamente por IAs e consumidos majoritariamente por outros agentes automatizados.
“Os navegadores de IA criam uma web cada vez mais mediada por máquinas, em que essa tecnologia consome e produz conteúdo para outras IAs. Mas, em vez de morte, eu diria que é uma transição para uma internet pós-humana, guiada por agentes cognitivos”, conclui Steppat.
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