
Resumo
- OpenAI e Sur Energy construirão um data center de 500 MW na Patagônia (Argentina), parte do projeto Stargate, com investimento entre US$ 20 e US$ 25 bilhões.
- O centro usará energia renovável e infraestrutura local, aproveitando incentivos fiscais e aduaneiros do governo argentino.
- A primeira fase, com 100 MW, deve entrar em operação até o fim de 2027.
A OpenAI, dona do ChatGPT, anunciou uma parceria com a empresa de energia Sur Energy para a instalação de um grande data center na América do Sul. Focado em inteligência artificial, o projeto prevê uma infraestrutura com capacidade de 500 megawatts na região da Patagônia argentina.
A iniciativa faz parte do programa global Stargate, que busca criar infraestrutura de IA soberana em diferentes países. O projeto foi apresentado nesta quinta-feira (09/10) ao presidente argentino, Javier Milei. O investimento estimado será entre US$ 20 e US$ 25 bilhões.
O programa Stargate começou nos Estados Unidos em janeiro, mas já firmou acordos semelhantes com Reino Unido, Alemanha, Japão e Coreia do Sul. A Argentina é o primeiro país da América Latina a entrar na rede. Para Sam Altman, a expansão se trata de “colocar a inteligência artificial nas mãos das pessoas de toda a Argentina”.
Data center pensado para IA
Diferente de data centers tradicionais, o projeto é específico para altas demandas de processamento de inteligência artificial. O modelo de negócio consiste em uma joint venture entre a Sur Energy e um desenvolvedor de infraestrutura em nuvem, com a OpenAI se comprometendo a comprar a capacidade de computação gerada.
O objetivo é utilizar essa capacidade para impulsionar o desenvolvimento de uma nova economia digital no país, com tecnologia local. O jornal argentino La Nación reporta que o projeto busca adesão ao Regime de Incentivo a Grandes Investimentos (RIGI) do governo local, que oferece benefícios fiscais e aduaneiros.
Por que a Argentina?

Segundo as empresas, a escolha da Patagônia envolve uma combinação de fatores técnicos e estratégicos. Entre eles:
- Energia Renovável: a região possui grande disponibilidade de energia hidrelétrica, eólica e solar.
- Infraestrutura: proximidade com linhas de alta tensão, subestações e anéis de fibra óptica que conectam os oceanos Atlântico e Pacífico.
- Recursos Naturais: acesso a água fria, essencial para os sistemas de resfriamento de um data center de alta densidade.
- Capital Humano: a OpenAI destacou a alta adoção de suas ferramentas no país. Segundo a empresa, um em cada três adultos argentinos usa o ChatGPT regularmente.
A joint venture construirá o data center em uma área de cinco a sete hectares e deve começar as obras em 2026. A primeira fase, com 100 MW de capacidade, tem previsão para entrar em operação até o final de 2027. O objetivo é escalar progressivamente até atingir a capacidade total.
“Este será, provavelmente, o maior centro de dados que já se construiu na América Latina”, afirmou Emiliano Kargieman, sócio da Sur Energy, ao La Nación.
Planos para o Brasil
Apesar de não ter entrado no projeto Stargate da OpenAI, o Brasil tem alguns planos de infraestrutura para data centers em discussão. Em agosto, a prefeitura do Rio de Janeiro apresentou o projeto Rio AI City, com previsão de US$ 65 bilhões em investimento para a construção de um mega campus na Zona Oeste do Rio.
A primeira fase, com capacidade de 1,5 GW, deve ser entregue até 2027. A ideia é transformar a cidade em um polo de IA até a próxima década.
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