Pesquisa sugere que vacina contra herpes-zóster pode previnir doenças do coração

Tecnologia

No último sábado (30), durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2025, em Madri, foi apresentada uma pesquisa que sugere que a vacina contra o herpes-zóster previne doenças do coração, como infarto, ou até mesmo um acidente vascular cerebral (AVC). A análise mostrou que adultos vacinados tiveram menor risco de doenças cardiovasculares: queda de 18% entre pessoas de 18 a 50 anos e 16% nos imunizados acima dos 50.

O levantamento, conduzido pelo médico Charles Williams, diretor associado global da biofarmacêutica GSK, reuniu 19 estudos científicos já publicados em diferentes países. A conclusão foi que, em números absolutos, a imunização resultou em até 2,2 eventos cardiovasculares a menos por mil pessoas ao ano.

Segundo declaração recente da Sociedade Europeia de Cardiologia, a vacinação deve ser considerada o quarto pilar na prevenção de doenças cardiovasculares, junto aos remédios contra hipertensão, colesterol alto e diabetes.


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Em comunicado à Agência Brasil, o infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destacou que ainda é necessário separar fatores de risco adicionais, como obesidade e hipertensão, para entender melhor o impacto da vacina. Mesmo assim, ele lembrou que já há evidências semelhantes em outras vacinas, como a da gripe, conhecida por também reduzir complicações cardíacas.

Pesquisa sugere que vacina de zóster previne doenças do coração (Imagem: Drazen Zigic/Freepik)

Vacina contra o herpes-zóster no Brasil

Atualmente, a vacina contra o herpes-zóster está disponível apenas na rede privada de saúde, com custo médio de R$ 850 a R$ 1 mil por dose. O esquema completo exige duas aplicações, elevando o preço final para até R$ 2 mil. O Ministério da Saúde solicitou que a Conitec avalie a incorporação do imunizante ao SUS, mas ainda não há decisão oficial.

Causado pelo mesmo vírus da catapora (Varicela-Zóster), o herpes-zóster pode ser reativado na vida adulta, principalmente em idosos ou pessoas com imunidade comprometida. Além de lesões dolorosas na pele, a infecção pode gerar complicações graves, incluindo inflamações nos vasos sanguíneos que aumentam o risco de AVC.

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