Plataforma distribui jogos adultos de graça em protesto contra remoções

Tecnologia
Resumo
  • A GOG disponibilizou 13 jogos adultos gratuitamente por 48 horas em protesto contra a remoção dos títulos nas plataformas Steam e Itch.io.
  • Parte da CD Projekt, responsável por Cyberpunk 2077, a GOG critica o poder das processadoras de pagamento na definição de conteúdos legais.
  • Mastercard e Visa negaram ter solicitado a retirada dos jogos, mas reafirmaram exigências de segurança para transações classificadas como “ilegais”.

Após uma campanha que levou à remoção de jogos com conteúdo adulto do Steam e do Itch.io — plataforma voltada para títulos independentes —, a loja GOG resolveu protestar. Na última sexta-feira (01/08), o serviço, conhecido por vender games de PC sem DRM, liberou gratuitamente 13 jogos que haviam sido excluídos das outras lojas. 

Os títulos ficaram disponíveis para download por 48 horas no site freedomtobuy.games. A iniciativa é uma resposta ao que a GOG chama de “apagamento silencioso de obras criativas”. 

Para a empresa, jogos legais e produzidos com responsabilidade estão sendo removidos das lojas digitais por pressão indireta de processadoras de pagamento. “Se um jogo é legal e feito com responsabilidade, os jogadores devem ter o direito de acessá-lo hoje — e daqui a décadas”, diz um comunicado da GOG.

O que aconteceu?

A ação é uma resposta a remoção dos jogos no Steam e Itch.io. Mas a polêmica ganhou força no começo de julho, quando o grupo australiano Collective Shout publicou uma carta aberta direcionada a Mastercard, Visa, PayPal e outras processadoras de pagamento, pedindo o bloqueio de jogos com temas como incesto, estupro e abuso.

Dias depois, o Steam anunciou que removeria conteúdos que violassem as regras impostas por essas empresas. O Itch.io seguiu o movimento, ocultando jogos adultos da busca e de páginas públicas enquanto conduzia uma auditoria interna. Já no início de agosto, diversos jogos haviam desaparecido das duas plataformas.

Como relata a Wired, desenvolvedores, entidades da indústria e especialistas passaram a falar em “censura financeira”: ainda que as empresas de pagamento não atuem diretamente como moderadoras, as exigências impostas por elas estaria limitando a viabilidade comercial dos criadores.

A Mastercard publicou uma nota e negou ter exigido a remoção dos jogos. A empresa afirma que não impôs restrições a sites ou criadores, mas reforça que exige que seus cartões não sejam usados para transações que infringem a lei, incluindo conteúdo adulto ilegal.

Ao portal Polygon, a Visa afirmou que não faz “julgamentos morais sobre compras legais realizadas pelos consumidores”, mas ressalta exigir “salvaguardas reforçadas” para comerciantes de “alto risco de atividades ilegais”.

Sigla para Good Old Games, a GOG foi fundada na Polônia em 2008 e pertence à CD Projekt, empresa por trás dos games The Witcher e Cyberpunk 2077. Em comunicado, a loja digital afirma que “jogos desaparecem não porque infringiram a lei, mas porque alguém decidiu que eles não deveriam existir”.

Com informações de GameSpot, Wired e Polygon

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