Por que postar fotos de crianças com emoji no rosto em rede social não é seguro

Tecnologia

O sharenting é a prática de pais compartilharem fotos e vídeos dos filhos nas redes sociais. Apesar de muitas vezes feita com boas intenções, essas postagens podem trazer riscos à privacidade e segurança das crianças.

E os perigos de compartilhar conteúdos de crianças levaram famílias a adotar alternativas. Enquanto algumas optam por não publicar fotos, outras ainda postam imagens, mas cobrem o rosto dos pequenos com emojis.

No entanto, usar esses recursos para proteger a identidade das crianças na internet não é tão seguro quanto parece. Isso se deve, principalmente, à capacidade de ferramentas de inteligência artificial (IA) de manipular conteúdos postados.


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Criminosos podem usar IAs para remover os adesivos e reconstruir o rosto da criança na foto, praticando cyberbullying, chantagem e até mesmo produzindo deepfakes de nudez em sites conhecidos como nudifiers (desnudadores).

Outras ameaças, mesmo com emojis

Mesmo quando os emojis não podem ser removidos, ainda existem riscos, pois as imagens podem conter muitas informações sobre a criança.

Detalhes em uma sequência de stories do Instagram — como o logo da escola no uniforme e dados de localização da foto —, além de padrões de postagem ao longo de semanas ou meses, podem ser explorados por cibercriminosos.

“Os pais compartilham várias imagens ao longo do tempo, e os dados combinados de todas essas postagens criam uma preocupação de privacidade muito maior do que qualquer imagem isolada”, disse ao The Independent Lisa Ventura, fundadora da Cyber Security Unity.

A especialista ressalta que as informações identificáveis nas postagens podem permitir que criminosos obtenham detalhes como idade aproximada, constituição física e localização da criança, criando um perfil detalhado do menor.

post no Instagram
Posts nas redes sociais podem conter informações sensíveis de crianças (Unsplash/Brett Jordan)

Como minimizar os riscos do sharenting

Apesar das ameaças, a Kaspersky, empresa especializada em cibersegurança, sugere algumas práticas para reduzir os riscos do sharenting:

  • Verificar as configurações de privacidade, restringindo as fotos apenas a amigos próximos e desativando o recompartilhamento;
  • Conversar com amigos e familiares sobre os limites de interação com as publicações das crianças;
  • Desativar metadados e geolocalização para reduzir a chance de rastreamento pelas imagens;
  • Evitar divulgar dados identificáveis, como nome da escola, datas ou locais frequentados;
  • Não usar os nomes reais das crianças, optando por apelidos ou descrições em vez do nome completo.

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