
Resumo
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Presos da Penitenciária Estadual de Nova Jersey só podem acessar documentos digitais em disquetes, apesar das limitações desse tipo de mídia;
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Assunto veio à tona com relato de preso que não conseguiu acessar documentos digitais de sua defesa fornecidos por seu advogado via pendrive;
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Nos EUA, até a FAA ainda depende de disquetes em parte do controle aéreo, e a atualização tecnológica custa caro.
Os disquetes se tornaram obsoletos há muitos anos, mas ainda há lugares que os usam. É o caso da Penitenciária Estadual de Nova Jersey, nos Estados Unidos. Os presos do local reclamam que só podem acessar documentos digitais importantes para a sua defesa usando esse tipo de mídia.
O assunto veio à tona depois que o site Prison Journalism Project publicou o relato de Jorge Luis Alvarado, que está detido justamente na Penitenciária Estadual de Nova Jersey.
No texto, ele conta que seu advogado o instruiu a ler as transcrições de seu julgamento e outros documentos legais como forma de se preparar para o seu recurso.
O problema é que esses documentos foram enviados a ele em um pendrive, tipo de mídia que não pode ser acessado pelos presos do local. Em contrapartida, a penitenciária permite que eles guardem até 20 disquetes nas celas.
Alvarado descreve, então, as várias desvantagens dessa política. Começa com o fato de que os advogados já não utilizam disquetes e que não é fácil encontrar unidades do tipo à venda.
Ele menciona também que dados podem ser corrompidos facilmente em disquetes e lembra que esse tipo de mídia só armazena 1,44 MB. “Um único processo judicial pode facilmente ocupar a memória de dois disquetes”, complementa.
Alvarado também desabafa (em tradução livre):
Nossa prisão está muito atrasada. Dentro da Penitenciária Estadual de Nova Jersey, é como estar em 1985, quando dependíamos de processadores de texto, máquinas de escrever elétricas e disquetes obsoletos que estão se extinguindo no mundo livre.
Jorge Luis Alvarado
A situação só não é mais grave porque os presos do local podem solicitar acesso a pendrives por meio dos computadores da biblioteca jurídica da prisão.
O problema é que a aprovação desse tipo de pedido, quando ocorre, pode levar dias para ser liberada. “Esse é um tempo precioso quando você está tentando entrar com um recurso”, conta Alvarado.

Disquetes no tráfego aéreo dos Estados Unidos
O caso da Penitenciária Estadual de Nova Jersey é, tecnicamente, fácil de se resolver. Não há dependência de disquetes ali. As regras do local é que limitam o acesso dos presos a mídias mais avançadas, uma restrição que pode ser resolvida com movimentação política.
Mas a situação é diferente na Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, responsável pelo controle do tráfego aéreo do país. A FAA ainda depende de PCs com Windows 95 e disquetes em muitas de suas torres de controle, por exemplo, e a instabilidade de tecnologias obsoletas pode causar transtornos a todo o sistema.
A FAA já tem um plano de modernização tecnológica. O problema é que o orçamento necessário para isso é estimado em “dezenas de bilhões de dólares”, o que significa que uma solução definitiva demorará para se tornar realidade.
Com informações de Tom’s Hardware
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