Primeiras impressões do Galaxy Z Fold 7

Tecnologia

O Galaxy Z Fold 7 está entre nós e o Tecnoblog passou 24 horas com o dispositivo. Dê play no vídeo acima para conferir as primeiras impressões do sucessor do Fold 6. Abaixo, acompanhe a transcrição do material.


Introdução

E aí, pessoal, tudo bem? Estamos em Nova York para o Unpacked e o lançamento desse cara aqui: o Fold 7, o sucessor do Fold 6. No vídeo de hoje, 24 horas com essa novidade, lançamento da Samsung. Eu sou um usuário contínuo do Fold 6. Esse aparelho aqui, inclusive, se você der uma olhada, está com as minhas coisas, está configurado e tal. Então, dá para traçar alguns paralelos, e a minha ideia é te contar mais em detalhes as minúcias de como é a utilização do Fold 7. Vou colocar aqui o meu Gmail particular e, ao longo do dia, 24 horas, vou te contando como tem sido essa experiência. Vem com a gente e aproveita para se inscrever aqui no canal para você receber os vídeos do que acontece de mais importante no universo da tecnologia.

Algo para a gente observar logo de cara é que o lançamento aconteceu por aqui com os destaques das telas maiores, e uma curiosidade é de que o preço no mercado americano subiu. Agora ele custa quase 2.000 dólares. No momento em que eu tô gravando esse vídeo, nós não temos a certeza sobre qual será o valor praticado no Brasil, mas sabemos que ele vai, sim, para o mercado brasileiro. Deve ser um produto de nicho, quase um produto de luxo, até porque não é todo dia que você tira do bolso um celular que tem essa aparência de modelo tradicional e, quando você abre, tchan-dã, parece praticamente um tablet.

Tela externa

Vamos começar falando da tela externa? Porque você vai ter contato com ela na maior parte do tempo. Esse é o Fold 6 e esse é o Fold 7. Aqui no Fold 6, nós temos 6,3″ e 2376 x 968 pixels. É um aparelho que eu tô acostumado a utilizar no meu dia a dia. Consigo fazer as coisas tranquilamente, mas aqui está a diferença. Quando a gente coloca lado a lado, você percebe que o Fold 7 é mais alto, um pouquinho mais alto, e quando eu coloco eles assim, também dá para notar que ele é um pouquinho mais largo. Porque houve um aumento para 6,5″ e 2520 x 1080 pixels. Então, pode parecer pouca coisa, mas note que na mesma tela tem um detalhe a mais de conteúdo que aqui não aparece. E, na minha experiência, eu estou usando ele desde ontem, as letras estão um pouquinho maiores também, o que, no fim das contas, te propicia um maior conforto visual.

Dimensões

Eu já tinha o Fold 6 prata, peguei um Fold 7 prata também. Com isso, dá para comparar as dimensões de aparelhos muito parecidos em termos de cor. Esse aqui, ele tem 153,5 por 68,1 mm. Já no Fold 7, a gente está falando de 158,4 por 72,8 mm, nitidamente maior. E, nessa comparação aqui, a coisa fica gritante, porque antes você tinha 12,1 mm de espessura. Repara, já era bem menor do que gerações passadas, o produto Fold 6 mais enxuto, mas quando a gente coloca o Fold 7 junto dele, você percebe também pela marca da Samsung que ele é menor. A título de curiosidade, o Fold 7 é quase tão fino quanto o S25 Ultra, que tem 8,2 mm nesta região aqui quando fechado.

Vamos comparar o design dele? Na parte de baixo, temos microfones, mais aqui do que aqui. A posição da USB-C é a mesma em ambos. Nesta lateral, você vê o controle de volume, aumentar e diminuir, o leitor de impressões digitais que está mais fino também e a entrada para cartão de telefonia mudou de lugar. Não está aqui, está vendo? Porque está em cima. No Fold 7, ele fica em cima. Fica aqui e também cravejado de microfones, está vendo? Então, assim, nesse primeiro momento, a minha impressão: eu gosto bastante da nova geração. Está mais agradável de segurar. Também acredito que, pela redução de peso de 20 e poucos gramas, vai ser mais confortável de ter ele ali no dia a dia e realizar certas operações. Então, tudo isso conta.

Dobradiça

Temos novidades para essa dobradiça aqui, viu? Ela se chama dobradiça Armor FlexHinge. Ela é completamente nova, foi redesenhada, tem um formato de gota internamente que é similar ao do ano passado, mas agora com o sistema multi trilhos, de acordo com a Samsung, lógico, e não mais um sistema de trilho duplo. Isso significa que está mais resistente. Já a estrutura é de titânio de grau número 4.

Tela interna

Agora vamos falar de tela interna, porque aqui também temos diferenças importantes. Seu Fold 6, conforme você já sabe, ele tem 7,6″ e 2160 x 1856 pixels. Bastante confortável de utilizar, eu gosto, inclusive para assistir série no avião, assim, não tendo do que reclamar, geralmente coloco ele nesta posição. Já no Fold 7, uma evolução. Agora, nós estamos falando de uma tela de 8,0″ com 2184 x 1968. Então, essa tela aqui, ela está mais próxima daquela proporção 4×3. Igualmente brilhante, me agradou bastante, pelo que eu vi aqui. Não é nenhum ultrassalto, mas faz diferença, né? Uma tela maior. E, inclusive, quando a gente fala de tecnologia de tela, nos dois casos é AMOLED Dinâmico 2X, tanto na tela interna quanto na tela frontal.

S Pen

Uma mudança importante está na compatibilidade com a S Pen. Enquanto o Fold 6 permitia o uso de uma S Pen específica na tela interna, no caso do Fold 7, já era. Quem utiliza caneta eletrônica não vai poder, porque ele perdeu uma das camadas da tela, que é o que permitia ler os comandos, os movimentos e com isso transformar em desenho o que estava ali sendo rabiscado. Algumas pessoas não gostaram, eu imagino que a Samsung tem algum motivo com base em estatísticas de utilização para tomar essa decisão.

Câmera interna e vinco

Vamos ver se você percebe uma das diferenças mais importantes da tela de dentro. Estou dando play aqui em dois vídeos. Se você reparar, a câmera agora, ela tem esse recorte, fica dentro de uma bolinha preta. E, antigamente, não. Antigamente, ela ficava por baixo da tela. Então, vai ser sempre aparente essa bolinha aqui. A boa notícia é que a gente está saindo de uma frontal de 4 megapixels, ou seja, praticamente inútil. Servia para, em sua essência, fazer videoconferência e olhe lá, para uma frontal de 10 megapixels aqui na parte de dentro. Então, acaba sendo mais interessante, você vai conseguir emitir melhores imagens nesse tipo de circunstância. Mas, sem sombra de dúvida, na maior parte do tempo, quando você quer fazer selfie, você vai usar a frontal de verdade, da tela externa, ou então você vai abrir o aparelho e utilizar a traseira como uma câmera frontal, porque dá para você se olhar aqui, ó, e ir falando, e fica bem melhor. O vídeo fica muito superior.

Agora vamos falar do vinco, porque a Samsung diz que, devido a essa reconfiguração da tela, das camadas nela, o vinco está menos aparente no Fold 7. Você está vendo eles aí, lado a lado. Fold 6 e Fold 7, mesmo conteúdo. Ambos com brilho no máximo, 2.600 nits. Talvez você esteja percebendo, inclusive, um pouquinho de linhas de interferência. Isso é da captação da minha câmera, mas aqui eu não estou vendo, tá? O ponto é: eu não percebo diferença. Quando eu pego o Fold 6 e movimento assim, próximo da luz, dá para ver esse vinco. De fato, dá. Olha só, quando eu faço assim, também dá para ver que tem esse traçado no meio da tela. Agora eu vou pegar o Fold 7. A mesma coisa acontece, certo? Então, se tem essa mudança mesmo, ela é imperceptível, pelo menos para mim.

Agora, o que me pega mesmo nessa discussão sobre vinco é que, depois de três, quatro, cinco dias usando o aparelho, isso aqui você não dá bola, você não percebe, o seu cérebro se acostuma e fica absolutamente normal. Tanto que eu assisto vídeo, assisto série nesse aparelho, na verdade, no Fold 6, e poderia assistir também no Fold 7, e não é uma questão, ainda mais quando você está num ambiente que não tem tanta iluminação ao seu redor. Vai assistir durante um voo, por exemplo, não dá nada. Você pode assistir tranquilamente.

A meu ver, não tem muito como fugir disso, porque é uma questão de física, digamos assim, e está tudo bem. Quem compra um aparelho como esse, primeiro, já está sabendo que tem o vinco, a gente está mostrando aqui. Segundo, rapidamente desaparece essa impressão. Até porque, pensando bem aqui contigo, eu acho que o vinco, ele fica mais evidente para gente quando nós estamos capturando conteúdo sobre esse aparelho e mostrando e destacando, do que efetivamente no dia a dia.

One UI 8

Olha, eu vou te falar que para mim foi uma surpresa a Samsung anunciar que esse novo dispositivo vem com a One UI 8. Isso significa que, de fábrica, o Fold 7 tem o Android 16, que saiu há pouquíssimos meses, e com a promessa de 7 anos de atualização de Android, novas versões, e também 7 anos de pacotes de segurança. Então, é um compromisso robusto com o software desse aparelho. E, quando a gente entra no detalhe do que tem na One UI 8, a meu ver, poucas mudanças. Mas, brincando aqui com os aparelhos, eu notei algumas coisinhas e eu vou te mostrar agora.

Na personalização da tela bloqueada, o Fold 6 tem algumas opções e o Fold 7 ganha outras, como essa aqui, ó, em que o relógio, ele é um tanto quanto dinâmico. Conforme eu vou movimentando, ele vai se ajustando, olha só. Agora vamos abrir a previsão do tempo.

Se você notar, no Fold 7, a animação, ela é em 3D, enquanto aqui é em 2D, está mais completinho. As informações em si são essencialmente as mesmas, porém com essa diferença no estilo.

A diferença, quando você está com ele em modo tablet, são os menus dos aplicativos. Olha só, aqui você tem certas opções. Já no Fold 7, tem mais. Alguns ícones também mudaram, conforme a gente vê no aplicativo Samsung Notes, mas assim, alterações muito tímidas, pelo menos essas que eu consegui ver logo de cara, utilizando nessas primeiras horas.

Uma curiosidade é a gestão da tela inicial. Isso porque no Fold 6 aconteceu o seguinte: você tinha a tela externa, você escolhia o que ia colocar aqui. Depois, quando você entrava na gestão da tela interna, com os aplicativos e tudo mais, você também decidia de forma separada. Então, um não conversava com o outro. Já no Fold 7, isso muda. Dá uma olhada, esses são os aplicativos que eu tenho na tela externa. Se eu giro para o lado, coloquei alguns widgets. Agora, quando eu abro a interna, vou abrir aqui junto com você. Repare que a mesma listagem de aplicativos aparece aqui. E, quando eu toco e entro na gestão dessas telas, está tudo separado em metades.

Eu ainda não tinha visto isso no Fold, não sei se dá para fazer alguma configuração e manter do jeito antigo, algumas pessoas provavelmente vão chiar, mas me parece que será mais tranquilo de você se acostumar com os seus aplicativos onde eles estão, independentemente de qual tela você está usando no seu Fold 7.

Câmeras

Então, agora eu estou gravando com a câmera frontal, ela tem 10 megapixels, abertura F 2.2, me diz aí se você está gostando. E a câmera da tela interna é exatamente igual, a mesma coisa, aquela conversa que a gente estava tendo sobre aquele furinho do display. Agora vamos para a câmera principal, ela tem 200 megapixels, abertura F 1.7. É um belo avanço em relação ao Fold 6, que tinha 50 megapixels e a abertura F 1.8. Vamos com a ultra wide, 12 megapixels e abertura F 2.2 e, por fim, dando uma brincadinha com a teleobjetiva que tem 10 megapixels, 2.2 também, e esse é o zoom ótico de três vezes. Dá para aplicar mais um, só que nisso você já está brincando na realidade com um zoom digital. Agora está em 10.4.

Bateria e desempenho

Um potencial calcanhar de Aquiles é a bateria, porque aqui nós temos 4.400 mAh em íon de lítio. É a mesma do Fold 6. Só que existem rivais que conseguiram avançar nesse quesito. O Oppo Find N5, por exemplo, ele tem bateria de 5800 mAh, porque utiliza um novo material, silício-carbono. A Samsung não, ela continua com o formato mais tradicional e, com isso, enfim, escolhas. Mas o Rafael Aquino, que é diretor da Samsung, me disse que o consumidor vai perceber uma autonomia maior. Quem usava o 6 e agora está no 7 vai ter mais tempo de uso, porque o processador, ele é mais eficiente do ponto de vista energético. Quero testar com mais calma, porém, logo que saíram as notícias aí sobre o Fold 7, alguns seguidores falaram: “Ah, e a bateria? Ela poderia ser melhor”. Eu concordo.

Ah, e sem deixar de falar sobre desempenho, então vamos fazer uma comparação aqui. A versão anterior tinha processador Snapdragon 8 Gen 3 de 4 nanômetros. Era um octa-core, muito competente. E, agora, no Fold 7, nós temos o Snapdragon 8 Elite de 3 nanômetros, também um octa-core. Nessa nova geração, memória RAM de 12 GB, isso quando a gente está falando dos modelos com 256 ou 512. E a Samsung fez uma maluquice. No caso dos modelos com 1 tera de armazenamento, a RAM sobe para 16 GB. Eu não tive problema nenhum de desempenho, não engasgou, não travou. Lógico, é o primeiro contato com o produto, mas assim, a expectativa é de que realmente ele terá altíssima velocidade, um excelente desempenho.

Conclusão

Brincando com esse cara aqui, a minha conclusão, portanto, é de que a Samsung fez um aparelho que funciona bem apenas com uma tela externa e ainda melhor quando você abre e tem todo esse espaço, 8″, enfim, tudo que a gente já conversou aqui, para fazer o que você quiser fazer no seu telefone. É um avanço impressionante do ponto de vista de engenharia, de componentes, de materiais. É importante notar que essa tendência tem se repetido em outras fabricantes. Então, a Huawei tem um produto similar, a Honor também. Enfim, nós temos visto essa movimentação, mas o ponto é que a Samsung, por fabricar no Brasil, por conseguir estruturar as coisas focando no consumidor brasileiro, às vezes ela tem condições mais interessantes. E a Samsung negocia, né? Ela tem esse hábito de promover cupom, o programa de trade-in que você dá o aparelho antigo, troca pelo novo. Vejamos como eles farão no nosso mercado, os preços ainda não foram anunciados. Nos Estados Unidos, US$ 2 mil, ficou um pouco mais caro. A mídia americana está chiando um pouco por isso, com razão. Nossa ideia depois é utilizar o aparelho com ainda mais calma, mas, sim, é fácil de recomendar, porque todos os melhores elementos de tecnologia que a Samsung consegue fazer, pelo menos, estão aqui.

Tem um ponto que pega para mim, e é o do pós-venda. Isso porque, depois de 6, 7 anos fazendo smartphones dobráveis, é lógico que as técnicas melhoraram. Os produtos hoje nem se comparam com o que eram lá no comecinho da linha Fold. E, ano após ano, eu vejo diminuírem as reclamações de pessoas que tiveram um problema por causa, principalmente, da tela que, às vezes, soltou uma pontinha da película, sei lá, mas ainda acontece. Então, é bem importante que a Samsung, ao colocar um produto inovador no mercado com esse formato diferente, que é mais sensível, tanto é assim que ele é certificado IP48, não é o 68 que a gente costuma ver nos outros aparelhos, resistente bem à água, não tanto a resíduos sólidos, mas está bem envelopado. De toda forma, o meu ponto aqui é que toda empresa vai ter problema com o produto. Alguma coisa vai acontecer, algum consumidor terá alguma dificuldade. O que diferencia as boas empresas das empresas ruins é a maneira com que elas lidam e resolvem a queixa, a encrenca quando ela surge. E a minha expectativa é de que a Samsung, pela gigante que é, faça isso. Mas algumas pessoas têm reclamado nas últimas gerações. Fold 7 muda o jogo em relação a como ele é fabricado, né? A robustez do aparelho e em relação ao pós-venda, é algo que nós certamente iremos acompanhar.

Espero que você tenha gostado desse vídeo e a gente se encontra de novo aqui no canal do Tecnoblog. Se inscreve e manda esse conteúdo para aquele seu amigo que é fã da Samsung. Até a próxima. Tchau!

Thássius Veloso viajou para os Estados Unidos a convite da Samsung

Primeiras impressões do Galaxy Z Fold 7