Proba-3 | Reveladas imagens do “1º eclipse solar artificial” de sonda europeia

Tecnologia

A Agência Espacial Europeia (ESA) revelou nesta segunda-feira (16) as primeiras fotos da coroa solar capturadas pelos satélites da sua missão Proba-3. Para isso, a missão conta com dois satélites que voam juntos com uma única espaçonave, criando eclipses solares “artificiais” no espaço. 

Na natureza, os eclipses solares ocorrem quando a Lua oculta total ou parcialmente o disco solar. Já os novos registros foram feitos em março, quando as duas sondas ficaram alinhados com precisão de milímetros: com o alinhamento, uma espaçonave posicionou seu disco de 1,4 m de diâmetro para ocultar o disco solar

Depois, a sombra projetada foi registrada pelo instrumento óptico ASPIICS. Andrei Zhukov, principal investigador do dispositivo, ficou impressionado com os resultados obtidos.

“Nossas imagens do ‘eclipse artificial’ são comparáveis com aquelas capturadas durante um eclipse natural. A diferença é que conseguimos criar nosso eclipse a cada órbita de 19,6 horas, enquanto os eclipses solares ocorrem naturalmente por volta de uma vez, muito raramente duas por ano. Além disso, os eclipses totais naturais duram poucos minutos, enquanto a Proba-3 consegue manter o seu por até 6 horas”, explicou 

O processo é necessário porque a sombra permite que o instrumento capture os detalhes da coroa solar, que normalmente fica ofuscada pela luz do nosso astro. A coroa é responsável pelo fluxo de partículas que o Sol dispara pelo espaço, e também é essencial para a compreensão de eventos como as ejeções de massa coronal. Por isso, os cientistas têm grande interesse em estudá-la. 

Coroa solar registrada pela Proba-3 através de diferentes técnicas (ESA)

Damien Galano, gerente de missão da Proba-3, destacou que as duas espaçonaves criaram um grande coronógrafo no espaço, e que conseguiram registrar a coroa solar exatamente como os cientistas esperavam

“Embora ainda estejamos na fase de comissionamento, já conseguimos alcançar formação de voo com precisão sem precedentes. Foi isso que nos permitiu capturar as primeiras imagens da missão, que sem dúvidas, vão ser de alto valor para a comunidade científica”, finalizou.  

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