Da Redação
Brasília – Após um primeiro semestre de bons resultados frente ao mesmo período de 2024, a indústria automotiva registra a partir do mês de setembro dados preocupantes. A produção sofreu uma inversão de curva, fechando o terceiro trimestre com recuo de 0,8% frente ao mesmo período do ano passado. O desempenho do segmento dos veículos pesados foi determinante para essa queda, com uma retração de 9,4% comparativamente com o terceiro trimestre de 2024. Apesar disso, o setor alcançou a marca de 2 milhões de veículos produzidos neste ano.
E a preocupação do setor só não é maior porque as exportações seguem como o melhor indicador do segmento, com uma expressiva alta de 51,6%, comparativamente com as vendas de janeiro a setembro do ano passado, totalizando 430,8 mil unidades embarcadas e uma receita de US$ 10,9 bilhões.
No tocante ao mercado interno, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet,“os números do período de julho a setembro nos preocupam por indicarem a perda da tração que verificamos na primeira metade do ano e nos impõem o desafio de uma recuperação considerável no último trimestre, diante de uma base muita boa do final do ano passado”, afirmou Calvet hoje (08), ao divulgar o balanço das atividades do setor no período de janeiro a setembro.
Exportações em setembro e no ano
De acordo com os dados da Anfavea, em setembro foram exportadas 52,5 mil unidades, crescimento de 26,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, a exportação de veículos somou 430,8 mil unidades, alta de 51,6% em relação aos nove primeiros meses de 2024.
Em relação à receita, em setembro, os embarques de veículos para o exterior renderam US$ 1,2 bilhão, alta de 22,4% na comparação com setembro de 2024. No acumulado do ano, a receita totalizou US$ 10,9 bilhões, alta de 38,3 se comparada com a cifra registrada no mesmo período do ano passado.o montante subiu 38,3%, para US$ 10,9 bilhões.
Na América Latina, os principais mercados
Os dados da Anfavea confirmam a Argentina como o principal destino de exportações no acumulado do ano, tendo recebido 252,2 mil veículos produzidos no Brasil, alta de mais de 130,6%. A seguir, aparece o México, com 58 mil, queda de 16,8%, e logo depois a Colômbia, com 38,4 mil, alta de 55,2%.
Em relação à alta expressiva das exportações para a Colômbia, o aumento deveu-se à antecipação de exportações, com o objetivo de utilizar os mecanismos do acordo bilateral que expirou no final de setembro. Além da retomada das negociações de um novo instrumento de cooperação, o setor se preocupa com a criação pelo governo colombiano, já a partir deste mês de outubro, de um Imposto de Importação de 16,1% sobre os automóveis importados do Brasil.
O presidente Igor Calvet torce pela retomada das tratativas de um novo acordo e diz esperar que “as negociações avancem porque é um mercado super importante para o Brasil. Outros países, se nós não agirmos rapidamente como país, terão acesso preferencial ao mercado colombiano, que não o Brasil”, acrescentou.
Em quarto lugar como destino de nossas exportações está o Uruguai, que recebeu 25,3 mil veículos, queda de 4,5%, seguido pelo Chile, com 20,7 mil veículos, alta de 40,6%
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