A iniciativa do governo sobre o fim da obrigatoriedade de aulas práticas e teóricas em autoescolas, a fim de reduzir os custos finais para obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), corre o risco de não sair do papel.
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Nesta quarta-feira (3), após o assunto ter ganhado corpo, a Feneauto (Federação Nacional das Autoescolas), resolveu se posicionar a respeito do tema e “travar” o plano traçado pelo Ministério dos Transportes.
Após uma reunião com a ministra Gleisi Hoffmann, o presidente da Feneauto, Ygor Valença, argumentou que a categoria “foi atropelada” com a decisão do governo, já que a Câmara Temática do Contran, fórum responsável por analisar impactos na mudança do processo de habilitação, está inoperante há um ano.
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De acordo com o representante das autoescolas, a proposta do Ministério dos Transportes não tornará o processo de obtenção da CNH mais moderno e, de quebra, causará prejuízos bilionários ao setor, que corre o risco de “quebrar”.

Empregos em risco
Além do prejuízo financeiro que as autoescolas projetam, na casa de R$ 14 bilhões por ano, outro ponto que foi utilizado como argumento para travar o fim da obrigatoriedade das aulas práticas e teóricas foi o risco de demissão em massa no setor.
De acordo com a Feneauto, a mudança no processo de obtenção da CNH privilegiaria instrutores autônomos e, por consequência, causaria o fechamento de cerca de 300 mil empregos no setor das autoescolas.
O assunto promete esquentar ainda mais nos próximos dias, já que seguirá em discussão e será levado ao Plenário da Câmara para ser analisado de forma mais profunda por membros de uma Comissão Especial.

Vale lembrar que, da forma atual, os custos para tirar CNH no Brasil podem chegar a até R$ 4 mil. Segundo os estudos do governo, pelo menos R$ 2,5 mil ficam nas mãos das autoescolas e, por isso, a ideia de por fim à obrigatoriedade das aulas (e endurecer o exame final) refletiria diretamente na redução dos valores, beneficiando uma parcela maior da população.
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