Burnout e boreout podem ser considerados opostos. Enquanto o primeiro é o esgotamento total causado por excesso e pressão de trabalho, o segundo surge da falta de estímulo, com tarefas monótonas ou repetitivas.
A rotina corrida, cansativa e, muitas vezes, sem propósito pode gerar sofrimento emocional e afetar diretamente a saúde mental.
O que causa burnout?
O psicólogo e mestre pela PUC-Rio, André Machado, explica que o burnout é resultado do esgotamento total diante de excesso de demandas: muitas tarefas, prazos impossíveis, pressão constante por resultados e pouco reconhecimento ou suporte.
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“É comum em profissões intensas, como saúde ou tecnologia, onde a pessoa sente que ‘não dá mais’”, aponta.
O psicanalista e professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica (ABPC), Artur Costa, acrescenta que a falta de limites entre vida pessoal e profissional e ambientes de alta competitividade também contribuem para o surgimento da síndrome.
Vale destacar que, embora seja mais associado ao trabalho, o burnout também pode ocorrer em outros contextos exigentes, como cuidar de um familiar doente.
Como reconhecer sintomas
Os especialistas elencam que é preciso estar atento aos seguintes sintomas:
- Cansaço extremo;
- Irritabilidade;
- Distúrbios do sono;
- Dificuldades de concentração;
- Sensação de estar sempre no limite;
- Desmotivação;
- Dores de cabeça;
- Insônia;
- Problemas estomacais.
O que causa boreout?
Já o boreout está ligado à falta de desafios. Segundo Artur Costa, ele pode surgir em ambientes com tarefas repetitivas, ausência de propósito ou subutilização de habilidades.
André Machado complementa: “Ao contrário do burnout, o boreout vem da falta de estímulo: tarefas monótonas, pouca autonomia e a sensação de que o talento está sendo desperdiçado. Pense no tédio que drena a energia.”
Como reconhecer sintomas de boreout
Os especialistas apontam os seguintes sintomas para conseguir detectar uma síndrome de boreout:
- Apatia;
- Desânimo;
- Baixa autoestima;
- Procrastinação;
- Sintomas depressivos.
Como empresas podem auxiliar colaboradores com essas síndromes?
O psicanalista, Artur Costa explica que, para prevenir o burnout, é essencial que as empresas promovam equilíbrio de carga de trabalho, deem autonomia, respeitem pausas e incentivem o bem-estar.
Para evitar o boreout, é necessário oferecer desafios proporcionais, reconhecer talentos, estimular a criatividade e dar sentido às tarefas.
“Em ambos os casos, criar uma cultura de diálogo aberto sobre saúde mental, oferecer programas de apoio psicológico e treinar lideranças para identificar sinais precoces são atitudes que podem transformar o ambiente e reduzir o sofrimento dos colaboradores”, completa Costa.
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