Na última terça-feira (7), durante o evento DevDay da OpenAI, o CEO da OpenAI, Sam Altman, comentou sobre o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho. Em tom provocativo, ele sugeriu que muitos empregos que podem desaparecer com o avanço da IA talvez “nem fossem trabalho de verdade”, uma fala que gerou críticas e levantou novas discussões sobre o futuro das profissões humanas.
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Durante uma entrevista com Rowan Cheung, fundador da The Rundown AI, Altman foi questionado sobre a possibilidade de a inteligência artificial eliminar milhões de empregos antes de criar novas oportunidades. Cheung usou a analogia de um fazendeiro de 50 anos atrás, que provavelmente não acreditaria se alguém dissesse que a internet criaria “um bilhão de novos empregos”.
Altman aproveitou o exemplo para argumentar que a percepção de “trabalho real” muda ao longo do tempo. Segundo ele, esse mesmo fazendeiro olharia para as profissões modernas, como programadores, analistas ou criadores de conteúdo, e provavelmente diria que isso não é trabalho de verdade.
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“Trabalho real” e a visão de Altman sobre o futuro
O CEO da OpenAI destacou que o agricultor representa o que ele considera “trabalho essencial”, já que produz alimentos e garante a sobrevivência das pessoas. Em contraste, ele afirmou que boa parte das atividades contemporâneas se assemelha mais a “um jogo para passar o tempo”.
Altman sugeriu ainda que, no futuro, as profissões criadas pela era da inteligência artificial poderão parecer ainda menos “reais” do que as atuais. “Talvez olhem para nossos empregos e digam que eram mais concretos do que as ocupações que surgirão depois”, afirmou.
A fala, embora soe como uma reflexão filosófica sobre a evolução do trabalho, foi interpretada por muitos como uma tentativa de minimizar os impactos da automação em massa.
Apesar das preocupações, Altman afirmou estar confiante de que a humanidade encontrará novos caminhos. “Estou disposto a apostar na força dos impulsos humanos”, disse. Para ele, as pessoas sempre encontrarão “coisas para fazer”, mesmo que a natureza do trabalho mude completamente.
Críticos, no entanto, apontam que essa visão ignora os desafios sociais e econômicos da transição, especialmente para trabalhadores cujas funções podem ser substituídas rapidamente por sistemas de IA.
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