Setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, que traz à tona a importância da prevenção ao suicídio e da promoção da saúde mental. No ambiente corporativo, o tema ganha cada vez mais relevância: cuidar das pessoas deixou de ser apenas uma pauta social e passou a ser um diferencial estratégico.
- Governo prorroga impostos para micro e pequenas empresas afetadas por tarifaço
- Anatel exige adoção do ‘Não Me Perturbe’ para todas as operadoras
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão já é a principal causa de afastamento do trabalho no mundo. No Brasil, dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho apontam que, entre 2012 e 2023, mais de 1 milhão de afastamentos tiveram relação com transtornos mentais — reflexo direto no bem-estar dos colaboradores e na produtividade das empresas.
Para Alexandre Slivnik, especialista em excelência de serviços e vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), organizações que desenvolvem uma cultura de acolhimento colhem benefícios dentro e fora da empresa.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
“Mais do que liderar equipes, o gestor do século XXI precisa criar espaços seguros, onde as pessoas possam falar sobre seus desafios sem medo de julgamento. A cultura de diálogo é um fator de proteção emocional e um motor para o engajamento”, afirma.
Pesquisas da Gallup reforçam a visão: colaboradores que recebem reconhecimento frequente são até três vezes mais engajados, e equipes valorizadas podem gerar 24% mais rentabilidade.
Retorno tangível para empresas
Estudos mostram que investir em saúde mental não é apenas uma questão de cuidado humano, mas também de sustentabilidade do negócio. Segundo a Deloitte, cada dólar investido em programas estruturados de bem-estar pode gerar retorno de até quatro dólares, seja pela redução de turnover e absenteísmo, seja pelo aumento da produtividade.
Slivnik alerta que ignorar o tema pode significar perda de competitividade. “Quando o colaborador sente que a empresa se preocupa genuinamente com seu bem-estar, ele se engaja mais, fica menos suscetível à rotatividade e leva esse cuidado para o contato com o cliente.”
A McKinsey revelou que 70% dos profissionais enxergam o trabalho como parte essencial de sua identidade. Quando não encontram propósito no que fazem, tendem a se desengajar. Para Slivnik, a conexão entre propósito e liderança é fundamental. “Liderar com propósito significa entender que o cliente encantado é reflexo de uma equipe encantada. Quando o colaborador encontra sentido no que faz, transmite entusiasmo genuíno, e isso gera experiências memoráveis para os clientes.”
Com experiência internacional, Slivnik destaca que criar culturas humanizadas vai além do discurso: “O engajamento dos colaboradores de uma empresa sempre seguirá a lei da gravidade: começa de cima para baixo. Líderes que dão o exemplo criam equipes fortes, resilientes e inspiradas”.
Leia mais:
- Prefeitura de SP tem 90 dias para regulamentar transporte por moto via app
- Brasil vai investir R$ 23 bilhões em inteligência artificial, anuncia ministra
- Google escapa de vender o Chrome, mas deve compartilhar dados com concorrentes
Leia a matéria no Canaltech.