Tatuagem temporária detecta presença de droga do golpe de “Boa noite, Cinderela”

Tecnologia

Uma espécie de tatuagem temporária foi criada por cientistas de um grupo de pesquisa da Coreia do Sul para dar uma ferramenta anti-abuso aos festeiros de plantão — ela consegue identificar drogas usadas para o “boa noite, Cinderela”, quando a pessoa é drogada sem consentimento e fica sonolenta, vulnerável a predadores sexuais.

A tecnologia, que na verdade é um adesivo removível que imita o formato e estética de uma tatuagem, consegue identificar o rohypnol (também chamado de flunitrazepam) e o GHB (ácido gama-hidroxibutírico), drogas comumente usadas para relaxar ou sentir euforia temporária em festas, mas que, em doses altas, podem gerar sonolência, perda de funções motoras, confusão e perda de memória. Vale lembrar que elas são ilegais em muitos países.

O funcionamento da tatuagem

Como as drogas em questão não têm gosto ou cor e funcionam rápido, é difícil identificar se uma bebida foi “batizada” com elas, fato que predadores aproveitam para drogar e abusar sexualmente de vítimas. O estudo sul-coreano, publicado na revista científica American Chemical Society Sensors, criou o adesivo temporário que pode identificar os produtos químicos — e mais rápido do que tecnologias já existentes, como fitas que levam minutos para a identificação e deixam a vítima vulnerável a outros perigos sociais.


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A tecnologia se junta a outros esforços para identificar bebidas
A tecnologia se junta a outros esforços para identificar bebidas “batizadas” com drogas, mas falsos positivos ainda podem atrapalhar seu funcionamento (Imagem: Freepik)

O método também é sutil — o adesivo possui uma película de BHEI, um indicador de iodeto que, ao entrar em contato com alguma bebida que contenha as drogas, muda de cor de amarelo para vermelho. Basta colocar uma única gota do drink em contato com a “tatuagem”, sensível o suficiente para detectar 0,01 miligramas de GHB por mililitro.

A tecnologia se junta a outras do ramo, como uma desenvolvida pela Universidade Nacional de Cingapura, um sensor fluorescente que pode ser colocado em misturadores de drinks ou canudos e brilha quando entra em contato com drogas. Cientistas, no entanto, apontam que testes rápidos possuem altas taxas de falso positivo, ou seja, dizem que detectaram substâncias prejudiciais quando, na verdade, elas não estão lá.

Embora promissor, o avanço deverá ser testado antes que chegue aos mercados. Uma empresa já foi estabelecida para trazer o produto ao mercado sul-coreano, e ela ainda terá de lidar com as capacidades limitadas de customizar o formato do adesivo, que possui limitações técnicas. Os cientistas planejam, para o futuro, fazer com que a tecnologia possa detectar outras substâncias danosas.

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