O impasse entre China, Estados Unidos e Holanda com a fabricante Nexperia no centro pode acabar impactando a indústria automobilística do Brasil. Segundo informações da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o problema pode resultar na paralisação das montadoras do país.
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Tudo começou quando o governo dos Estados Unidos passou a impor restrições a empresas chinesas — mas não a qualquer uma, e sim àquelas consideradas ameaças comerciais e tecnológicas aos norte-americanos. E a dona da Nexperia foi incluída nessa lista.
Como resultado, a Nexperia da Holanda seria afetada e, sabendo disso, o governo do país nacionalizou a sede local da companhia. Em resposta, a China proibiu a exportação dos chips para o exterior e, para completar, bloqueou o envio de matéria-prima para a operação europeia, afetando toda a produção global.
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Produção automotiva no Brasil
Os chips semicondutores da Nexperia não são os mais sofisticados do mercado, mas são produzidos em larga escala. De acordo com estimativas da Anfavea, os carros mais modernos têm de 1.000 a 3.000 chips, que ajudam a controlar desde o motor e a transmissão até sistemas de segurança, como ABS e airbags.
Igor Calvet, presidente da instituição, já declarou que várias montadoras foram notificadas sobre o risco da falta dos chips. A cadeia global de fornecimento dos semicondutores depende bastante da China e de outros países asiáticos, mas no caso do Brasil o risco é ainda maior, porque a indústria importa quase todos aqueles que são usados por aqui.
Ciente do risco, a Anfavea enviou um pedido Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para solicitar uma intervenção diplomática do governo brasileiro à China para evitar problemas com o fornecimento dos semicondutores. Por outro lado, a Reuters informou que a produção da Nexperia foi retomada na quinta (23), ou seja, tal contato pode não ser necessário.
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