
A Crystal Dynamics fez grandes anúncios na última quinta-feira (11) durante o The Game Awards 2025. Além do próximo jogo principal de Lara Croft, o estúdio revelou oficialmente Tomb Raider: Legacy of Atlantis, uma reimaginaçãodo primeiro jogo da série de 1996.
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Legacy of Atlantis é um remake desenvolvido na Unreal Engine 5, fruto da parceria entre a Crystal Dynamics e a Flying Wild Hog (Evil West, Shadow Warrior 3 e Trek to Yomi). O jogo promete ser um prato cheio tanto para fãs de longa data quanto para novatos. Tomb Raider: Legacy of Atlantis chega em 2026 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series.
Ambientado no norte da Índia, Tomb Raider Catalyst é o próximo grande jogo da franquia, com janela de lançamento para 2027. O jogo já está em desenvolvimento desde 2022 e promete ser o maior mundo de Tomb Raider, com exploração de tumbas, mistérios e puzzles complexos. Tomb Raider Catalyst também está mirando o PC, PlayStation 5 e Xbox Series.
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A revelação destes dois títulos durante o The Game Awards 2025 levantou algumas perguntas. Felizmente, o Canaltech foi convidado para uma sessão de perguntas e respostas pela Crystal Dynamics para saber mais sobre os futuros jogos do estúdio e responder algumas dessas dúvidas.

Na reunião estavam presentes o chefe de estúdio da Crystal Dynamics, Scot Amos, e o diretor de jogo na desenvolvedora, Will Kerslake.
Tomb Raider: Legacy of Atlantis – remake ou reimaginação?
A Crystal Dynamics optou por abordar o remake de Tomb Raider (1996) como uma reimaginação, apesar de ser essencialmente um remake. Tomb Raider: Legacy of Atlantis foi reconstruído do zero na Unreal Engine 5. O estúdio buscou atualizar câmera, controles e passar as mesmas sensações, como a de enfrentar um T-Rex gigante no fim dos anos 90, para jogadores modernos.
Reimaginação ou remake, Tomb Raider: Legacy of Atlantis foi escolhido para celebrar o 30º aniversário da franquia Tomb Raider em 2026. O objetivo, segundo Amos, é justamente “honrar todo o DNA e a intenção original da Core Design neste título incrível que lançou a franquia”.

O chefe da Crystal Dynamics explica que não é apenas reconstruir o título e deixá-lo com gráficos mais bonitos, mas também “é reimaginar a sensação”, visto que “as realidades de 1996 para 2026 são realidades de jogo diferentes”.
Os desenvolvedores reforçaram que Tomb Raider: Legacy of Atlantis é uma fantástica aventura de ação single-player, assim como no jogo original, então muito provavelmente não veremos modos online.
Nova Lara Croft
Sempre que um estúdio propõe um soft reboot em uma franquia, os primeiros olhares de amor (ou de ódio) vão para o protagonista. Temos excelentes casos, como o Kratos de God of War (2018), que casou como uma luva em um jogo ambientado na mitologia nórdica.
Lara Croft, uma das heroínas mais importantes dos videogames, já sofreu algumas mudanças em sua aparência desde 1996, e essa nova marca para a franquia Tomb Raider não seria diferente.
Antes de mais nada, Amos explica que a Lara Croft em Legacy of Atlantis e Catalyst são as mesmas personagens, mas em momentos diferentes de sua vida. Segundo ele, “quando entramos em Catalyst, estamos falando de uma Lara totalmente experiente em um período diferente de sua vida.” A Crystal Dynamics também anunciou que a atriz Alix Wilton Regan será a nova intérprete de Lara Croft, após o trabalho de Camilla Luddington na trilogia Survivor.

A desenvolvedora respondeu a uma pergunta do Canaltech referente ao processo de recriação da aparência de Lara Croft, algo que pode ser comparado a mexer em um vespeiro. “Certamente, tivemos o privilégio e a honra de olhar para essa personagem e ser capazes de dizer como a reimaginamos e como a ajudamos a evoluir ao longo do tempo”, contou Amos.
Do ponto de vista de desenvolvimento, a Crystal Dynamics parece apostar na experiência de alguns desenvolvedores mais experientes no time, conforme aponta o diretor de jogos do estúdio, Will Kerslake. “Tivemos o mesmo diretor de arte e artista de personagem principal que trabalham em Lara por muitos jogos agora”, contou. A aposta será na preservação do DNA da personagem, mesmo após décadas.
Tomb Raider: Legacy of Atlantis conta com veteranos na franquia
Não é de se estranhar toda a confiança do estúdio em manter o DNA da série e de Lara Croft, visto que a Crystal Dynamics ainda conta com veteranos que estão há três décadas na empresa.
“Temos uma espécie de mistura interessante de sangue antigo e sangue totalmente novo”, contou o chefe da desenvolvedora. “Temos muita experiência e história, mas também temos muitos rostos novos e novas atitudes que estão ajudando novamente a impulsionar para aquela próxima geração do que Tomb Raider será.”
Vale lembrar que Tomb Raider: Legacy of Atlantis conta com o apoio da Flying Wild Hog, que até então se destacou no segmento de AA e jogos indie, como Trek to Yomi e Evil West, sendo a primeira participação da desenvolvedora polonesa na franquia Tomb Raider.
Apesar de toda a segurança em manter o DNA da série, os desenvolvedores admitiram que há uma pressão ao trazer à tona o primeiro jogo da franquia à vida novamente, “mas também em manter aquele núcleo icônico que tornou essa personagem duradoura por tanto tempo”.

Isso definitivamente respinga na dificuldade brutal que os primórdios de Tomb Raider mantinham. Em 1996, a escolha foi adotar uma postura punitiva que forçava os jogadores para ciclos de tentativa e erro, muito pelos controles e limitações da época.
Na reimaginação, a Crystal Dynamics espera ajustar Tomb Raider: Legacy of Atlantis para jogadores modernos sem descartar sua experiência central baseada em puzzles, combate, travessia e ação desafiadora.
Esses desafios serão postos conforme Lara Croft viaja ao redor do mundo. Apesar de não confirmar se veremos todos os destinos fantásticos de Tomb Raider de 1996, os desenvolvedores compartilharam que haverá a adição de “surpresas legais” que irão divulgar em breve.
Tomb Raider: Legacy of Atlantis ‘atrapalhou’ o desenvolvimento de Catalyst?
A reimaginação de Tomb Raider: Legacy of Atlantis chega um ano antes de Catalyst, o que gerou dúvidas se houve algum problema de pessoal ou conflito de janela de lançamento para distanciar os títulos em um ano.
Os desenvolvedores explicaram que, apesar do estúdio estar envolvido em ambos os jogos, a Flying Wild Hog parece estar com um papel maior em Legacy of Atlantis, enquanto a equipe principal da Crystal Dynamics está focada em trazer Catalyst em 2027. A escolha das datas reflete justamente o aniversário de 30 anos da franquia.
Catalyst irá explorar uma região que não vemos nos videogames todos os dias: o Norte da Índia, sendo um salto e tanto quando comparamos com a proposta de Legacy of Atlantis. Will Kerslake explica que “é um local querido pelos fãs que temos, estava na verdade na introdução do Tomb Raider original quando ela está sentada lá em Calcutá, no hotel, quando Larson a encontra. Então, é um lugar que Tomb Raider já tocou antes”.
Podemos esperar lindos cenários em Tomb Raider Catalyst conforme visto no trailer acima. Segundo o chefe de jogos da Crystal Dynamics, “[o norte da Índia] é uma região que oferece paisagens vastas e variadas que estão implorando para serem exploradas”.
O retorno da temida Unreal Engine 5
A otimização de jogos para PC foi um dos assuntos da comunidade, que apontaram a Unreal Engine 5 como o verdadeiro vilão de títulos como Metal Gear Solid Delta: Snake Eater. Um dos motivos do estúdio optar pelo polêmico motor gráfico é justamente o acesso a um amplo número de desenvolvedores que já estão familiarizados com a Unreal Engine 5 em todo o mundo.
“Poderíamos dizer que podemos nos concentrar na Unreal Engine 5; ela nos dá acesso a uma ampla faixa de seres humanos, todos neste planeta que a atualizam, que a aprimoram, que a conhecem, e não teríamos que continuar ensinando as pessoas a usar uma tecnologia proprietária”, conta Amos.
Bem otimizadas ou não, as novas aventuras de Lara Croft no mundo dos games continuam em 2026 com o retorno do primeiro jogo da franquia de 1996.
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