TV 3.0 está chegando: vai ser necessário trocar de TV ou comprar conversor?

Tecnologia

A experiência de assistir televisão está prestes a mudar no Brasil com a chegada da TV 3.0, já anunciada pelo governo neste ano. No entanto, algumas adaptações podem ser necessárias para aproveitar todos os recursos de nova geração. 

Afinal, a TV 3.0 exigirá o uso de conversores para compatibilizar TVs atuais ao novo padrão. No entanto, no futuro, fabricantes de TVs deverão lançar modelos já adaptados nativamente ao novo padrão, com antenas embutidas ou acopláveis para recepção do sinal. 

Portanto, o panorama será parecido com o que ocorreu no lançamento da TV Digital no Brasil. TVs mais antigas com conversores passaram a ser substituídas gradativamente por modelos já compatíveis.


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Além disso, quem não quiser comprar um conversor ou uma nova TV compatível ainda poderá aproveitar os conteúdos de canais abertos normalmente, já que se prevê um período de transição com mais de uma década. 

TV 3.0
TV 3.0 promete revolução em conjunto com a internet (Imagem: Eric Mockaitis/Canaltech)

Também foi divulgado que o governo estuda a implementação de um programa público de distribuição de conversores. Portanto, algo parecido com a Seja Digital, iniciativa de aceleração de implementação da TV Digital, em um contexto de desligamento do sinal analógico. 

A mudança de interface das TVs

A necessidade de uso de conversor ou de uma TV nova ocorre, entre outros motivos, devido a uma nova lógica de exibição de canais. Com a TV 3.0, o catálogo de emissoras abertas aparecerá todo na tela inicial, priorizando emissoras nacionais. 

Vendo TV
Canais serão mostrados como aplicativos (Imagem: Walter Campanato/Agência Brasil)

Ou seja, a lógica de procurar canais por números será substituída por aplicativos individuais de cada emissora.

Mesmo que seja prometida uma experiência semelhante à dos serviços de streaming, o sinal aberto continuará gratuito e independente de internet. 

No entanto, a conectividade ativa entregará funções extras para a TV 3.0, como a participação de enquetes e votações em tempo real, escolha de ângulos de câmeras em eventos, acesso a conteúdos sob demanda (séries, jogos) e compras diretas pela TV.

O que é a TV 3.0

Considerada uma evolução da TV digital lançada em 2007, a TV 3.0 tem como objetivo integrar transmissão tradicional e internet.

Na prática, haverá interatividade direta com a programação, e assim será possível votar em reality shows, ou assistir a jogos com som ambiente de estádio sem narração.

A TV 3.0 ainda permitirá o uso de serviços públicos digitais, por meio da Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital. Ela realizará a integração de conteúdos, com interatividade online e acesso a serviços governamentais diretamente pela TV, além de reunir aplicações de entidades públicas dos três Poderes.

O 4K na TV aberta

Outra novidade é o aumento da resolução de imagem: atualmente, os conteúdos de TV aberta são transmitidos em resolução máxima Full HD (1.920 x 1080 pixels), mesmo que grande parte dos televisores já seja compatível com o 4K (3.840 x 2.160 pixels).

Na nova geração, não somente o 4K estará disponível pelo sinal de antena, como o 8K (7.680 × 4.320 pixels) também será possível em casos específicos, quando há conexão de internet e ao usar uma TV compatível com tal resolução. 

8K, 4K e Full HD
Imagens em 8K e 4K serão possíveis na TV aberta (Imagem: Divulgação/Samsung)

Mais melhorias técnicas incluirão o suporte para alto alcance dinâmico (HDR), que permite ver imagens com melhor diferenciação entre as seções claras e escuras. A frequência de imagens também passa de 30 para 60 quadros por segundo, o que gera imagens mais fluidas, e haverá suporte para até 10 canais de áudio para um som surround mais imersivo. 

Quando chegará a TV 3.0 no Brasil?

Como já confirmado pelo governo, a migração será gradual e começará pelas grandes capitais. O início oficial está previsto para 2026, em tempo para a próxima Copa do Mundo de futebol, evento considerado de grande apelo televisivo.  

No entanto, a transição total deve ocorrer em até 15 anos, segundo estimativas oficiais. Tanto o padrão antigo como o novo vão conviver juntos durante esse período.

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